Trump responde à polémica: "Precisamos de fronteiras fortes"
O Presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a realçar a necessidade de o seu país ter "fronteiras sólidas" e criticou a situação na Europa e no resto do mundo, em mensagens publicadas no Twitter este domingo.
"O nosso país precisa de fronteiras sólidas e de um escrutínio extremo, agora. Vejam o que está a acontecer em toda a Europa e, certamente, no mundo - uma confusão terrível", afirmou Donald Trump numa mensagem publicada na sua conta pessoal na rede social Twitter. Uma segunda mensagem refere-se à perseguição aos cristãos no Médio Oriente.
[twitter:825692045532618753]
[twitter:825721153142521858]
As mensagens foram vistas como uma justificação às reações ao decreto assinando na última sexta-feira, restringido as entradas de nacionais de sete países, de refugiados da Síria e suspendendo por 120 dias do programa de admissão de refugiados na América.
O decreto de Donald Trump tem um conteúdo tão abrangente que originalmente foi interpretado pelo próprio Departamento de Segurança Nacional como afetando até os cidadãos naturais daqueles países que já possuem autorização de residência (green card) e que estejam ausentes no estrangeiro.
No entanto, na madrugada deste domingo a Casa Branca veio retificar esta informação, informando que as pessoas nestas circunstâncias não estão impedidas de reentrar nos EUA, tendo de se sujeitar a nova avaliação do seu estatuto.
Críticas mundiais
A medida de Trump não só causou manifestações em aeroportos nos Estados Unidos, como foi alvo de críticas de políticos de todo o mundo.
A chanceler Angela Merkel, por exemplo, considerou que "não é justificável colocar pessoas sob uma suspeita generalizada em função das suas origens ou crenças", segundo o seu porta-voz. O Presidente François Hollande, por outro lado, alertou Donald Trump, numa conversa telefónica, contra "o isolacionismo" e apelou ao "respeito" do princípio de "acolhimento dos refugiados". No Twitter escreveu que "o acolhimento dos refugiados é um dever de solidariedade". Também o Reino Unido disse não estar "de acordo com este tipo de abordagem", segundo afirmou hoje um porta-voz da primeira-ministra, Theresa May, adiantando que ela intervirá se o decreto afetar cidadãos britânicos (devido à dupla nacionalidade).
Mais enfático foi o vizinho Canadá, com o primeiro-ministro Justin Trudeau a afirmar no Twitter que "os que fogem da perseguição, do terror e da guerra" serão recebidos pelo Canadá "independentemente da fé".
O Irão, um dos países afetados, diz que o decreto constitui uma "discriminação coletiva" e "ajuda os terroristas a recrutarem alargando a fratura iniciada pelos demagogos extremistas", segundo escreveu hoje na rede social de mensagens curtas Twitter o chefe da diplomacia, Mohammad Javad Zarif. Teerão decidiu aplicar a reciprocidade e entregou um protesto escrito ao embaixador suíço que representa os interesses norte-americanos no Irão.
A Indonésia, o país que tem o maior número de muçulmanos no mundo, "lamentou profundamente" a ordem executiva de Trump.