Polícia tunisina detém sobrinho do autor do atentado de Berlim

Sobrinho de Anis Amri foi detido juntamente com mais duas pessoas
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O sobrinho do presumível autor do atentado com um camião em Berlim foi detido na Tunísia, avançam as agências internacionais, citando fonte do governo tunisino. Outras duas pessoas com ligações a Anis Amri, o tunisino de 24 anos que foi abatido ontem pela polícia em Milão, foram igualmente detidas na Tunísia. As autoridades têm sob custódia, ao todo, três pessoas relacionadas com o suspeito de Berlim.

Segundo a BBC, que cita o Ministério do Interior tunisino, os três detidos têm entre 18 e 27 anos e são suspeitos de pertencerem a uma rede terrorista.

Em comunicado, o governo da Tunísia revelou que o sobrinho de Amri confessou ter comunicado com o tio através da aplicação Telegram e que é apoiante do Estado Islâmico. Amri terá ainda enviado dinheiro ao sobrinho, de 18 anos, para que se juntasse a ele na Europa. Não é claro se os suspeitos agora detidos auxiliaram Anis Amri na concretização do atentado em Berlim.

Segundo a mesma declaração, a "célula terrorista" a que pertencem está ativa em Fouchana, a sul de Tunes, e em Oueslatia, a região da família de Amri, no centro da Tunísia.

Estado Islâmico divulga vídeo

Na sexta-feira, o grupo 'jihadista' divulgou um vídeo que mostrava o presumível autor do atentado num mercado de Natal em Berlim, que matou 12 pessoas, jurando lealdade ao Estado Islâmico: Amri aparece a prestar lealdade ao Daesh, afirmando que as suas ações eram uma vingança pelos bombardeamentos contra muçulmanos. E acrescentava que queria punir os "comedores de [carne de] porco" e tornar-se um mártir.

Anis Amri deixou a Tunísia no início de 2011, depois dos protestos que marcaram o início da Primavera Árabe, arriscando a travessia do Mediterrâneo. Segundo a agência Reuters, chegou à ilha italiana de Lampedusa depois de a embarcação onde seguia ter sido resgatada. "Quando saiu do país era uma pessoa normal. Bebia álcool e nem sequer rezava", disse à Sky News Arabia um dos irmãos de Amri.

Em Itália, mostrou comportamentos violentos e acabou por ser preso depois de tentar incendiar um edifício. Passou cerca de quatro anos em cadeias da Sicília, onde se terá radicalizado. Acabou por chegar à Alemanha, de onde tentaram deportá-lo para a Tunísia. Mas o processo foi interrompido porque as autoridades tunisinas diziam não ter a certeza da nacionalidade de Amri.

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