Foi da Líbia para os Estados Unidos da América em 1978 e desde 1987 que cuida de crianças doentes em fase terminal. Mohamed Bzeek é um herói para muita gente em Los Angeles..Já enterrou dez crianças, mas isso não parece desanimar o seu intuito e o objetivo de proporcionar às crianças melhores condições de vida e, acima de tudo, amá-las.."O essencial é amá-las como se fossem nossas. Eu sei que estão doentes, sei que vão morrer, mas faço o meu melhor como ser humano e deixo o resto para Deus", diz..Agora com 62 anos, Bzeek, foi para os EUA para estudar no fim da década de setenta e começou a acolher crianças em 1989. Passados dois anos, experienciou a primeira morte de uma das "suas" crianças..Foi através da sua ex-mulher, Dawn, que começou a acolher crianças. Inspirada pelos avós, Dawn começou a acolher crianças ainda antes de os dois se terem conhecido, nos anos 80..Tornou-se bastante conhecida e era já bastante procurada por órgãos estatais para ficar com crianças com problemas. O casal decidiu focar-se em crianças que estavam em fase terminal de doença..Continuaram mesmo quando o seu filho, Adam, nasceu em 1997, com uma doença nos ossos, Osteogénese imperfeita, e nanismo. Agora, a estudar informática na universidade, Adam aprendeu a viver com a pequena esperança de vida dos seus "irmãos". Bzeek ensinou-o a encontrar alegria em cada momento de felicidade..A felicidade do casal não foi para sempre, por volta de 2000, Dawn começou a ficar doente e o casal acabou por se separar em 2013. Dawn acabaria por morrer um ano depois..Mohamed Bzeek, apesar de também ser já procurado por médicos e assistentes sociais, não se considera especial.."Não sou um herói. Não importa o que as pessoas dizem. Faço o que é suposto fazer como ser humano. Ajudar os que necessitam", afirma ao El Mundo..De momento, cuida especialmente de uma menina de seis anos, cujo nome não pode revelar. Está cega, surda, e os braços e pernas estão paralizados. Apesar de não ouvir, Bzeek fala com ela.."Tenho que acariciá-la porque é a única forma de ela saber que estou aqui. Procuro dar-lhe todo o carinho que posso porque é um ser humanos. Tem sentimentos. Não ouve, mas eu falo", afirma..Viver numa casa humilde num bairro residencial de Los Angeles também não muda o seu modo de vida e nem muitos amigos e conhecidos sabem do que se passa. "Nem sequer na mesquita sabem o que faço. São coisas de que não falo. No fundo sou um tipo normal", diz..Existe um site onde se podem fazer donativos para o reservado e modesto herói de LA, que não esquece quem já desapareceu. Visita as crianças que já morreram no cemitério a poucos quilómetros de sua casa, onde medita e "conversa" com elas.