O novo laboratório de realidade virtual "Massive", localizado na Universidade de Vila Real, representa um investimento de 700 mil euros, possui uma equipa multidisciplinar constituída por 20 investigadores e distingue-se porque permite explorar os cinco sentidos.."Este laboratório distingue-se dos outros porque é multissensorial. Estamos a explorar, para além do áudio e visual, outros sentidos como o cheiro, o tato e, para o sabor, é utilizada a realidade mista", afirmou hoje Maximino Bessa, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e responsável pelo "Massive Virtual Reality Laboratory"..Este laboratório, que vai ser inaugurado oficialmente na segunda-feira, pelo ministro do da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, fica instalado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real..Este é também considerado o laboratório de realidade virtual "mais avançado" da Península Ibérica..O investigador referiu que a "realidade virtual pode ser aplicada a quase todas as áreas", desde a saúde em que já é usada para o tratamento de fobias ou o treino de cirurgias, na promoção de destinos turísticos ou em jogos, área que tem registado um forte incremento. .O responsável disse que o laboratório pode "desempenhar um papel importante no desenvolvimento de novos produtos, novas soluções e serviços e até ajudar na avaliação de produtos que já existam no mercado"..O "Massive" é constituído por uma equipa multidisciplinar, de áreas como a psicologia, informática, eletrónica ou neurociências. Para já são 12 bolseiros e oito investigadores seniores. .Mas, segundo o responsável, a equipa tenderá a crescer com o aumento dos projetos..O espaço está dividido em seis salas, três das quais principais. Há uma sala multissensorial, onde é possível controlar a temperatura e onde há simuladores de vento e aromas. Existem ainda capacetes que medem a atividade cerebral e um olfatómetro que permite medir a intensidade dos odores. .Numa outra sala foi colocada uma esfera de grandes dimensões que é uma passadeira omnidirecional e permite a exploração do ambiente virtual de uma forma ilimitada.. "O objetivo agora é tornar o laboratório um espaço aberto à colaboração com a comunidade académica e industrial. Pretendemos apoiar a competitividade da economia recorrendo às soluções tecnológicas de que dispomos", explicou Maximino Bessa, que é também docente na UTAD..No laboratório já estão a decorrer vários projetos. Os mais recentes, segundo Maximino Bessa, estão relacionados com o treino de bombeiros ou de procedimentos clínicos..O "SIMPROVE" visa o treino de médicos ou enfermeiros para a realização de procedimentos clínicos de doenças, por exemplo, raras.."Quando temos um tipo de doença que é muito rara, os profissionais só têm contacto com isso uma ou duas vezes por ano, o que não permite uma regularidade do treino. Com um simulador deste género nós conseguimos fazer com que todas as semanas seja possível realizar esse treino", sustentou..Outro projeto está relacionado com a simulação de um treino real para bombeiros, simulando, através de luvas e óculos de realidade aumentada, um edifício em chamas e até o calor do fogo..Através do "DouroTur" é possível, também com óculos, auscultadores e um comando viajar até ao miradouro de São Leonardo da Galafura, um dos mais emblemáticos do Douro e que tem uma vista privilegiada sobre o rio e as vinhas em socalcos..Este projeto tem como objetivo "colmatar o fosso existente entre as potencialidades do Douro e o seu desenvolvimento, maximizando o papel do turismo na estimulação da economia local, sob uma perspetiva sistémica e holística"..O investimento feito no laboratório ascende aos 700 mil euros, financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.