CMVM alerta: "processos críticos" em causa por cativações orçamentais

A presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse hoje, no parlamento, que há "processos críticos" a serem investigados pelo regulador que podem ser prejudicados pela falta de dinheiro, por cativações ao orçamento exigidas pelo Governo.
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"Há determinados processos críticos em curso que, sem determinadas pessoas em determinados lugares, não são concretizáveis", afirmou Gabriela Dias, considerando que, em alguns meses, poderão questionar a CMVM sobre 'dossiês' que não pode levar avante por falta de recursos.

[citacao:Há sempre forma de fazer as coisas, mas não é a forma apropriada de lá chegar. Faz-se de forma diferente e com fragilidades]

Já em junho, numa audição no parlamento, Gabriela Dias falou das cativações do Orçamento impostas pelo Governo, que não deixa gastar parte das verbas orçamentadas, e disse mesmo que em causa podem estar os pagamentos dos salários dos trabalhadores no final do ano.

[destaque:Há casos de pessoas que estão em lugares críticos que saíram e que não podem ser substituídas, por falta de autorização para gastar dinheiro]

A dirigente adiantou que a CMVM ainda não contratou qualquer pessoa para ajudar a implementar informaticamente a nova diretiva dos mercados financeiros (DMIF2), quando em Espanha o regulador daquele país contratou já 15 a 20 pessoas só para essas funções e na Alemanha cerca de 40 trabalhadores.

O Governo sujeitou este regulador a cativações de cerca de 10% do seu orçamento, o equivalente a cerca de dois milhões de euros.

Além disso, como noutros anos, o regulador precisa ainda de autorização do Ministério das Finanças para contratar trabalhadores e serviços externos.

Apesar de a CMVM ser uma entidade com receitas totalmente próprias, esta entra no perímetro de consolidação orçamental do Estado.

Na audição de hoje iniciou-se uma discussão entre deputados do PS e do PSD sobre a legalidade dessas cativações num regulador.

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