Novo dress code veta minissaias e decotes
Nada de minissaias, decotes, nem mesmo leggings (a menos que usadas por baixo de uma saia ou de uns calções). Ombros e costas à mostra? Só se o top tiver um colarinho, caso contrário também não. Estas são algumas das polémicas regras do novo dress code imposto esta semana às golfistas profissionais pela LPGA, a associação norte-americana do golfe feminino, e que estão a sofrer forte contestação.
O crescente sucesso de beldades como a norte-americana Paige Spiranac, cujas fotos no Instagram a tornaram um fenómeno de popularidade que ultrapassa as fronteiras elitistas da modalidade, tem atraído mais visibilidade para o golfe feminino, mas a LPGA teme um efeito perverso dessa exposição. A associação norte-americana de golfistas profissionais femininas, fundada em 1950 e que gere o mais importante circuito mundial (LPGA Tour), quer o foco centrado no jogo e não na sensualidade das suas atletas. E por isso avançou com as polémicas restrições ao vestuário que entraram em vigor nesta segunda-feira.
As críticas, naturalmente, não se fizeram esperar, com muitas jogadoras a acusarem a LPGA de estar a vulgarizá-las e a reprimir as suas liberdades individuais. Sandra Gal, uma golfista alemã, assumiu-se como uma das vozes críticas: "As minissaias fazem parte do desporto desde há muito, especialmente no ténis. Parte de ser-se mulher, especialmente numa atleta feminina, é sentir-se atrativa e orgulhosa do seu corpo. O ténis lida com isso muito bem. Porque não podemos nós também viver com isso?", indignou-se a germânica, de 32 anos, atualmente 55.ª do ranking, em declarações ao site Golf.com.
Mas a LPGA não está para contemplações e, num e-mail enviado às jogadoras no passado dia 2 de julho, a presidente Vicki Goetze-Ackerman avisou as golfistas de que serão punidas com uma multa de mil dólares (cerca de 870 euros) se infringirem o novo dress code do circuito e o montante duplicará por cada infração posterior. As atletas foram ainda avisadas de que é responsabilidade delas notificarem as respetivas marcas de equipamento.
"O dress code requer que as jogadoras se apresentem de uma forma profissional e que reflita uma imagem positiva do jogo", justificou à Golf.com a diretora de comunicação da LPGA, Heather Daly-Donofrio: "Embora normalmente avaliemos as nossas políticas no final do ano, baseados na contribuição das nossas jogadoras, fizemos agora uns pequenos ajustamentos para levar à alteração de algumas tendências."