"Uma oportunidade única para os artistas da arte urbana". É desta forma que Vhils classifica o convite que a Câmara de Cascais lhe fez para participar na criação de um Museu de Arte Urbana que durante este ano vai nascer no concelho. A localização e a data de abertura ainda não foram revelados, mas sabe-se já que contará com 300 obras da coleção particular de Vhils em depósito e 25 obras adquiridas e comissionadas pela autarquia liderada por Carlos Carreiras que ontem divulgou o seu plano de atividades para 2017..Alexandre Farto, conhecido no mundo artístico como Vhils, revelou ao DN que este foi um convite que lhe foi feito pela câmara. Uma oportunidade que o artista, de 29 anos, conhecido mundialmente pelos rostos de grande dimensão que esculpe em paredes ao ar livre, vê como "única" para quem, tal como ele, se dedica à arte urbana..Valorizar esta arte é o grande objetivo que o artista pretende ver concretizado com a instalação deste museu. "Vai permitir fazer uma recolha, um levantamento de obras que existem no País, de Norte a Sul, e a sua preservação", adiantou ao DN sem, contudo, querer avançar muito sobre o projeto que, diz, "ainda está em fase de negociações"..No entanto, revelou que o objetivo é valorizar esta arte, recriando a história do grafitte em Portugal, "desde o movimento muralista pós-74, passando pelos grafittes dos anos 80 e a arte urbana contemporânea dos anos 2000, valorizando os artistas que trabalham na rua"..Vhils, que começou a fazer graffiti ilegal em comboios durante a adolescência, criou entretanto um estilo próprio que já esculpiu (sobretudo rostos) em paredes um pouco por todo o mundo. Considerado pela revista Forbes como um dos 30 artistas mundiais mais importantes com menos de 30 anos, também já realizou videoclips, nomeadamente para a banda irlandesa U2..Sobre o seu papel no museu, Vhils também deu poucos pormenores, adiantando apenas que "o museu terá uma equipa própria e envolverá muitos outros artistas para preservar a imparcialidade dos criadores"..Murakami e Frazen no FIC.Ao longo do ano, Cascais vai receber mais de 50 eventos, culturais e desportivos, num investimento municipal de oito milhões de euros provenientes das receitas do jogo. Para além das Conferências do Casino (ver texto ao lado), destaque ainda para o Festival Internacional de Cultura, de 1 a 10 de setembro, que vai trazer a Portugal pela primeira vez dois dos maiores escritores da atualidade: o norte-americano Jonathan Frazen, conhecido sobretudo pelos seus romances Liberdade e Purity, e o japonês Haruki Murakami, autor de, entre outros títulos, Sputnik, Meu Amor. A estes dois escritores juntar-se-á ainda o norte-americano Paul Auster, que acabou de lançar um novo trabalho: 4321, que chegará ao mercado português a 31 de janeiro..Snowden e Oliver Stone no Estoril.Edward Snowden, o ex-analista informático que divulgou a espionagem em massa dos serviços de informações dos EUA, e o realizador norte-americano Oliver Stone estão entre as participações confirmadas na edição deste ano das Conferências do Estoril..Marcadas para 29, 30 e 31 de maio, as Conferências do Estoril têm como tema "Migração Global", "o grande desafio do século XXI", como afirmou à imprensa o vice-presidente da autarquia, Miguel Pinto Luz. No caso de Edward Snowden, exilado na Rússia desde 2013 e acusado de espionagem nos Estados Unidos, a sua intervenção será através de videoconferência e responderá a perguntas da assistência, acrescentou o autarca de Cascais, que ontem anunciou a programação para 2017..Presente estará o realizador norte-americano, que tem uma carreira marcada por filmes sobre questões políticas - como a trilogia presidencial JFK (1991), Nixon (1995) e W. (2008) e a série documental A História Não Contada dos Estados Unidos (2012-2013). Ele que, neste momento, prepara um filme sobre Vladimir Putin..A estes dois nomes de peso juntam-se ainda quatro magistrados conhecidos a nível internacional por mediáticos processos: Baltasar Garzón, Sérgio Moro, Antonio di Pietro e Carlos Alexandre..Garzón, que se tornou mundialmente conhecido ao ordenar a detenção do ditador chileno Augusto Pinochet em Londres, em 1998, chefia atualmente a equipa de defesa de Julian Assange, o fundador da Wikileaks, refugiado desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres para impedir o cumprimento de um mandado de detenção emitido pela Suécia, onde foi acusado de agressão sexual, e uma possível extradição para os Estados Unidos, que o querem julgar por ter divulgado centenas de milhares de documentos classificados.