Um rebelde com vistas largas

Há poucos locais em Gaia com uma vista tão privilegiada. Desde a “normal” vista para a cidade do Porto, na outra margem, à Ponte D. Luís, na perpendicular, e ainda o Mosteiro da Serra do Pilar, tudo de uma só vez! Esta é a paisagem que é possível observar na maioria das suites e espaços de restauração do hotel The Rebello, situado no Cais de Gaia.

Fácil de adivinhar que o nome do hotel foi influenciado pelos barcos Rabelo, que navegam nas águas do Douro a transportar pipas de vinho. Mas nessa identidade junta-se também a palavra “rebeldia”, para demonstrar a atitude que dizem ser diferenciadora dos hotéis na gama de cinco estrelas da zona do Porto.

Sentado no Rooftop Belo, Ludwig Melo, diretor de operações do hotel, depois de mostrar ao DN os vários cantos dos quatro edifícios que compõem a totalidade do espaço, explica que essa irreverência colocada no nome quer-se como sinónimo de uma atitude descontraída sem colocar em causa o nível de serviço de um hotel cinco estrelas. O objetivo, indicou, é apelar a um tipo de hóspede que gosta de um luxo despretensioso e cosmopolita. Além disso, o objetivo dos responsáveis do hotel, o Grupo Bomporto Hotels (dono dos hotéis The Luminares e The Vintage, em Lisboa), é também chamar para dentro das portas do Rebello não só os hóspedes mas quem vive ou visita a região, quer para os seus espaços de lazer ou para os dois restaurantes.

Mas antes, a respetiva “ficha técnica”. Não há quartos mas sim suites (ou apartamentos, se preferir) e muito espaço. No total são 103 apartamentos, com várias categorias, a título de exemplo três delas: River Studios (estúdio com vista rio, e ponte mosteiro), os duplex Bedroom River e ainda as Penthouse com três quartos.

A decoração das suites não difere muito e é baseada nos mesmos elementos, há neles objetos da Grau Cerâmica e mantas da Burel Factory, produzidas de forma artesanal na Serra da Estrela, por exemplo, ou algumas obras de arte de artistas internacionais como Josep Maynou ou Tomek Sadurski e ainda peças de influência náutica e industrial feitas à medida, como os lavatórios inspirados em antigos tanques de água ou a cabeceira da cama com linhas orgânicas.

Além da centena de suites, há um restaurante (Pot&Pan), um rooftop bar (Bello) que serve brunches e refeições, ginásio, SPA - mais informação linhas abaixo -, coffe shop e um espaço inteiramente dedicado para crianças dos hóspedes.

São, no total, quatro edifícios, sendo que os dois volumes centrais foram construídos de raiz e restantes laterais recuperados e nos quais foram preservados alguns elementos como as fachadas (incluindo janelas) e a estrutura em pedra. Esse estender dos edifícios permitiu criar espaçosos cantos e recantos que com o início do verão já à vista poderão vir a ser dinamizados com mais bares e atrações musicais, contou Ludwig Melo aquando da visita do DN.

Tachos e Cocktails

Entre os espaços de comida e bebida do The Rebello, que está no 4.º piso do edifício e por isso a tal da vista para o rio já aqui descrita, há a recente novidade do rooftop Belo ter brunches aos domingos - das 11:30 às 15:00. Com capacidade para 20 lugares no interior e 150 no terraço, há bebidas, cocktails, e petiscos. O mesmo espaço serve quem quiser ficar no Lobby Bar, mesmo ao lado do local de check in (e check out) do hotel. Este é um espaço criado para convidar empreendedores para reuniões rápidas ou nómadas digitais que queiram ficar por ali a trabalhar durante umas horas. Basta pedir, mas só entre as 12:00 e as 22:00.

E há ainda o restaurante Pot & Pan, com comida de partilha, conceito exaustivamente em voga na restauração nacional e aqui com uma pitada de storytelling: o restaurante foi construído num local onde se fabricavam utensílios de cozinha. A comida é sazonal e descomprometida. E claro, o espaço está aberto não só para os hóspedes, funcionando quase como um restaurante externo.

Ainda há a sublinhar, no conjunto de serviços do The Rebello, o seu SPA, criado com inspiração nas termas romanas. A cor ocre é bastante para nos remeter para Roma (atual ou antiga): mas essa influência foi mais além com a criação de uma linha de produtos biológicos com “as principais ervas utilizadas pelos Romanos nos seus banhos como o pinheiro, eucalipto, Baga Zimbro, limão, incenso Cedro, Rosa, Canela, alfazema, Camomila ou cardamomo”, como explica Carla Castanheira, responsável do SPA do grupo Bomporto.

O Rebello é uma oferta diferente da existente em Gaia (e no Porto) a piscar o olho aos turistas que permanecem na região por vários dias e que dispensam mordomias desnecessárias.