A Remote é uma startup que quer resolver o problema do emprego para trabalho remoto entre países. A plataforma nascida em Portugal permite, por exemplo, que um funcionário em França consiga trabalhar para uma empresa nos Estados Unidos com um contrato e benefícios iguais aos praticados no país de residência. Graças a esta solução, a Remote recebeu um investimento de 11 milhões de dólares (10,1 milhões de euros) em ronda seed (semente) e vai chegar a 40 países até ao final deste ano. A equipa vai crescer para as 40 pessoas até ao final de 2020.."Queremos que haja compatibilidade legal entre países", destaca Marcelo Lebre, um dos fundadores da Remote, ao Dinheiro Vivo. "Com a nossa solução, as pessoas que criaram uma entidade para poder faturar a empresas diferentes passam a ser vistos à lei local como trabalhadores com os benefícios normais de um funcionários e com proteção social", explica o também responsável tecnológico desta startup..Uma solução deste género cria mais oportunidades: os trabalhadores ficam com um maior leque de empresas onde podem trabalhar; as companhias têm um potencial de recrutamento mundial em vez de ser à escala local..Para garantir que os trabalhadores ficam com as condições certas, a Remote vai criando uma entidade por cada país, que serve como base para a elaboração dos contratos com as empresas a nível local. Até agora, a plataforma já criou entidades em seis países: Portugal, Irlanda, Índia, Dinamarca, Holanda e Reino Unido. O trabalhador não paga pela utilização da plataforma. A Remote cobra uma "taxa média de 10% no salário mensal às empresas por cada trabalhador contratado"..A taxa para as empresas "varia por país, conforme o risco associado e o tipo de legislação vigente". A Remote quer garantir que o trabalhador não fica sem o emprego. "Uma empresa norte-americana não pode contratar um trabalhador na Europa e depois deixá-lo desprotegido. Nunca vai acontecer uma empresa desaparecer e um funcionário deixar de receber", assegura Marcelo Lebre. No processo de contratação, há ainda uma calculadora para as empresas e os trabalhadores saberem quais serão as contas que têm de fazer..Além dos programadores, a Remote garante a compatibilidade entre trabalhadores graças a parcerias com várias consultoras, para a parte fiscal, financeira, legal e mesmo de compliance, "para garantir que está tudo assegurado"..Fundada no início de 2019 por Marcelo Lebre e pelo holandês Job van der Voort (ex-responsável de produto da plataforma GitLab), a Remote já conta com uma equipa de 20 pessoas, não só para a parte tecnológica como para a equipa de internacionalização..A própria força de trabalho é remota. Os dois fundadores estão em Portugal mas há pessoas espalhadas por "Portugal, Itália, Estados Unidos, Irlanda e Países Baixos". Até ao final deste ano, a equipa vai duplicar para as 40 pessoas..Isso é possível graças à primeira ronda de investimento da plataforma, que contou com a participação de fundos de capital de risco como Two Sigma Ventures, Index Ventures, General Catalyst, Liquid2, Inked Ventures, Remote First Capital e mesmo business angels como GitLab e HackerOne..Nos próximos meses, a Remote vai entrar em mercados como Austrália, Brasil, França, Canadá, Itália, Alemanha, Espanha e Estados Unidos. O novo coronavírus pode vir a beneficiar esta plataforma.."Esta pandemia é um catalisador e acelerou algumas coisas. Mudou a maneira como o mundo olha para o trabalho remoto e abriu os olhos a muitas empresas que é possível as pessoas trabalharem desta forma, e com muitos benefícios."