Exclusivo Tubarões e raias em risco devido ao aumento da procura de barbatanas e fígado
Especialistas exigem que a área protegida do planeta aumente para 30%. Atualmente cerca de 28% das 138 mil espécies avaliadas estão em risco de extinção. Portugal e Espanha permitem pesca de dois tipos de tubarão.
O alerta foi dado durante o congresso organizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN): a sexta extinção está em curso. As espécies estão a desaparecer rapidamente. No encontro que decorreu em Marselha no início do mês foi atualizada a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas e os números não enganam: cerca de 28% das 138 mil espécies avaliadas estão em risco de extinção. A destruição dos ecossistemas e as alterações climáticas são as principais causas do declínio das espécies de animais, plantas e fungos. É urgente expandir e gerir zonas protegidas, envolver comunidades indígenas e locais nos esforços de conservação, vigiar as espécies invasoras, reduzir a pegada ecológica dos seres humanos e encorajar modelos de negócio que protejam a biodiversidade.
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Um dos principais alertas recai sobre os tubarões e as raias. Atualmente contam-se 400 espécies de tubarões e 600 de raias, 37% estão em perigo. Calcula-se que a abundância de tubarões oceânicos tenha diminuído cerca de 70% nos últimos 50 anos sobretudo por causa das barbatanas e do fígado. A sopa de barbatana de tubarão é considerada uma iguaria nos países asiáticos onde atinge preços astronómicos. Do fígado é extraído um óleo, o esqualeno, importante para o fabrico de vacinas, medicamentos, cremes hidratantes e protetores solares. Para extrair uma tonelada desta substância são necessários cerca de três mil fígados de tubarão, uma substância que já pode ser produzida em biorreatores.