As agressões policiais contra um grupo de manifestantes na Praça do Município serão investigadas. O Comando Metropolitano de Lisboa decidiu determinar “abertura de inquérito à atuação da PSP”, conforme comunicado enviado ao DN. A ordem é do Comandante Luís Fiães Fernandes..Em causa está a violência policial sofrida por pelo menos seis pessoas que estavam no local no último sábado. O grupo “antifascista” esperava a chegada dos manifestantes nacionalistas que desciam a rua numa “caixa de segurança” da PSP. Vídeos publicados nas redes sociais registaram as agressões..Além dos manifestantes, dois jornalistas relatam ao DN terem sido agredidos por agentes na mesma ocasião. Bernardo Afonso, do Fumaça, conta que identificou-se aos policiais como jornalista, mostrando a carteira profissional. “Eles começaram a avançar sem nenhuma ordem, a primeira agressão que sofri foi justamente na mão em que estava a minha carteira, que caiu no chão. Eu juntei e tentei, mais de uma vez, tentar falar com eles”, explica. “Levei bastonadas, empurrões e pontapés, além de uma bastonada na cabeça quando tentava me afastar, fiquei muito assustado”, complementa..O relato de João Biscaia, do Setenta e Quatro, é semelhante. “Senti primeiro um pontapé e um empurrão de um polícia ao qual eu já tinha mostrado a carteira de jornalista”, afirma. “Perguntei porque me estavam a bater e fui encurralado contra a parede, também levei um soco no maxilar”, ressalta. .Os jornalistas também destacam que, no meio da confusão, viram as agressões contra as demais pessoas que estavam no local, inclusive “contra quem já estava imobilizado no chão”. Munida dos vídeos e demais provas que afirmam ter, a dupla está a ser auxiliada por um advogado para os orientar sobre medidas a tomar. Bernardo e João têm a intenção de avançar com uma queixa conjunta. Os jornalistas não precisaram de atendimento médico, mas ainda sentem dores. João está a tomar analgésicos..Os seis jovens agredidos, que se denominam militantes “antifascistas”, informaram ao DN que decidiriam hoje se avançavam ou não com queixa. Até ao fecho deste texto, eles ainda não haviam respondido aos contactos para esta reportagem. .Em contato com o DN, Sara Gaspar, uma das agredidas, confirmou que vai avançar com queixa-crime contra a PSP. Sobre a agressão aos jornalistas, o Comando Metropolitano de Lisboa (COMELTIS) não prestou esclarecimentos adicionais e apenas reiterou “que se encontra em curso um inquérito relativo ao policiamento de uma contramanifestação não comunicada que teve lugar na Praça do Município no último sábado”..amanda.lima@globalmedia.group.pt