PJ detém sete pessoas de rede de tráfico de droga que abastece bairros no Porto
Site da PJ

PJ detém sete pessoas de rede de tráfico de droga que abastece bairros no Porto

Foi desmantelada uma das principais redes de tráfico de droga do norte do país. Um dos detidos é um ex- PSP, conhecido como "Joca", suspeito de liderar esta rede criminosa com ramificações internacionais.
Publicado a
Atualizado a

A Polícia Judiciária (PJ) realizou, esta terça-feira, uma operação contra o narcotráfico, que, segundo o DN apurou, visou uma das mais importantes redes de tráfico de droga, que abastece bairros sociais da cidade do Porto. Sete pessoas foram detidas, entre as quais os líderes da organização criminosa, indicaram as autoridades.

No âmbito desta operação foi detido um ex-PSP, suspeito de liderar esta rede de tráfico de droga com ramificações internacionais, segundo o Correio da Manhã. Informação que foi confirmada à Lusa por fonte judicial. 

Trata-se de "Joca", primo de Bruno Pidá, condenado no âmbito do processo da Noite Branca, de acordo com o diário, dando conta que a operação foi presidida pelo juiz Pedro Miguel Vieira. 

Foi ainda detido um segundo indivíduo, que será o número 2 desta rede criminosa, segundo a SIC Notícias. 

"Entre os detidos estão os líderes de uma das mais importantes redes de distribuição de cocaína do Grande Porto, principal abastecedora do tráfico verificado em bairros, designadamente da Pasteleira, do Cerco, de Francos e de Ramalde", confirma a PJ, referindo que desmantelou uma das principais redes de tráfico de droga do norte do país.

De acordo com as autoridades, no total, foram detidas sete pessoas "indiciadas pela prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais", tendo sido realizadas mais de 20 buscas domiciliárias e não domiciliárias.

Fonte judicial disse à Lusa que o estupefaciente seria importado "em grandes quantidades" da América Latina para venda e comercialização na região norte do país, sobretudo no Grande Porto.

A investigação que desencadeou esta operação durava há quase um ano, segundo explica a PJ, e "desmantelou uma das mais importantes redes de tráfico de estupefacientes do norte do país, que abastecia as principais redes regionais de venda ilícita de estupefacientes". 

Está em causa uma estrutura criminosa organizada, com ramificações na América do Sul, "que se encarregava da importação, transporte e entrega das substâncias ilícitas ao cliente ou organização que lhe adjudicava este tipo de serviços". 

Trata-se de um grupo considerado "perigoso", que "era temido pelos seus métodos violentos e pelo uso de armas de fogo", refere ainda a nota da PJ.

De acordo com a PJ, "entre as várias situações objeto das investigações está a apreensão efetuada, no Verão do ano passado, no Porto de Santos, pela Polícia Federal do Brasil, de uma máquina agrícola que ocultava cerca de 43 kg de cocaína, pronta a embarcar com destino ao Porto de Leixões". A investigação da PJ sobre este caso permitiu "identificar os envolvidos na operação de importação desta droga, como também os investidores que a haviam encomendado".

A Polícia Judiciária contou com a colaboração da PSP do Porto nesta operação, durante a qual "foram apreendidos 10 veículos automóveis de gama alta, quatro embarcações de alta velocidade (lanchas rápidas), cerca de 50 mil euros em dinheiro, armas de fogo, munições e coletes balísticos".

Os detidos vão agora ser presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto para aplicação das medidas de coação.

Já no início deste ano, em fevereiro, a PJ anunciou a detenção de "um dos mais influentes narcotraficantes da cidade do Porto", após regressar do estrangeiro, para onde tinha fugido na sequência de uma operação policial no porto de Leixões em outubro.  

O homem de 38 anos era "procurado pela justiça pela prática dos crimes de associação criminosa, tráfico agravado de estupefacientes e branqueamento".

A PJ explicou, na altura, em comunicado, que o indivíduo, "considerado perigoso", estaria "ligado à distribuição de cocaína e heroína pelos principais revendedores e ao abastecimento dos mercados de droga instalados nos bairros sociais mais problemáticos" do Porto.

"É uma realidade que está a assolar a Europa e, obviamente, Portugal também é vítima desta quantidade de droga, que está a chegar à nossa realidade social . Apesar de permanentemente fazermos este combate, o que é certo é que isto não para", referiu.

Na mesma entrevista, o comandante da PSP Porto falou num "aumento considerável" de consumidores, referindo que a "toxicodependência atinge, essencialmente, pessoas com médias de idade acima dos 35/40 anos".

"Temos de recuperar os velhos manuais e voltar a implementar soluções de apoio, porque temos neste momento já um problema de Saúde Pública e um problema social grave. A procura depois para a dose diária acaba por se traduzir também num aumento da criminalidade, embora não muito violenta, mas por vezes pode tornar-se violenta", reconheceu ao DN o comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt