5100 idosos suecos burlados a partir de Portugal. PJ deteve 64 suspeitos, incluindo cabecilhas também suecos
Foto: Reinaldo Rodrigues

5100 idosos suecos burlados a partir de Portugal. PJ deteve 64 suspeitos, incluindo cabecilhas também suecos

No âmbito de uma equipa de investigação conjunta, a operação coordenada pela PJ e pela polícia sueca, contou com colaboração da Europol e Eurojust. Foram feitas 73 buscas domiciliárias
Publicado a
Atualizado a

A Polícia Judiciária (PJ), deteve 64 suspeitos de pertencerem a um grupo organizado transnacional, que se dedicava à prática de criminalidade informática, burlas qualificadas e branqueamento de capitais, através do modus operandi conhecido como “Phishing”, com prejuízos que ascendem a cerca de 14 milhões de euros.

Entre os detidos estão os alegados cabecilhas, três cidadãos de nacionalidade sueca com autorização de residência em Portugal.

A operação foi realizada pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), que conduziu 73 buscas domiciliárias em todo o país.

O diretor da UNC3T, Carlos Cabreiro, revelou em conferência de imprensa que foram identificadas 5100 vítimas na Suécia.

Segundo o comunicado da PJ, esta operação foi coordenada com a polícia sueca, contando com colaboração da Europol e Eurojust, que se deslocaram e acompanharam as diligências em Portugal. Por sua vez, as autoridades suecas também realizaram diligências naquele país.

Fonte que está a acompanhar a investigação disse ao DN que as autoridades daquele país suspeitam que este grupo pode estar ligado a outro tipo de criminalidade mais grave na Suécia.

De acordo com a PJ, "o esquema criminoso consistia na angariação de vítimas, todas de nacionalidade sueca, na generalidade com idades superiores a 65 anos, que, através de vários esquemas eram convencidas a fornecer os códigos de acesso às contas bancárias, com a posterior transferência não autorizada de fundos, para contas bancárias em Portugal e outros países e subsequente dissipação destes valores".

A investigação confirmou que "o núcleo principal do grupo criminoso, que atuava e residia em Portugal, é de nacionalidade sueca, os quais, além das burlas informática praticadas, angariaram largas dezenas de “money mules” que abriam ou cediam as suas contas bancárias para ocultar e dissipar os montantes ilicitamente obtidas, contribuindo, assim, para o branqueamento de capitais".

Estas "mulas", sabe o DN, têm diversas nacionalidades, entre as quais a portuguesa, a brasileira, a angolana e a bengali.

Segundo ainda o comunicado, durante as buscas foi efetuada a apreensão de diverso material de natureza informática e outra documentação que corroboram os indícios dos crimes praticados, bem como outros bens provenientes dos ganhos ilícitos, nomeadamente, viaturas de alta cilindrada, joias e relógios valiosos.

Os detidos irão ser presentes, hoje, ao Ministério Público para primeiro interrogatório de arguidos detidos. O inquérito é titulado pelo DIAP de Lisboa.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt