Operação Influencer. Supremo pediu informações sobre António Costa ao DCIAP

Terão sido pedido indícios sobre a alegada interferência de António Costa no processo de licenciamento e construção de um centro de dados em Sines, nomeadamente as escutas em que o nome do primeiro-ministro é referido e as pistas que resultaram das buscas de 7 de novembro.
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O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) terá pedido ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indícios sobre a Operação Influencer, nomeadamente sobre se existiu ou não uma alegada interferência de António Costa no licenciamento e construção de um centro de dados em Sines.

A informação é avançada pelo Expresso, que cita uma fonte judicial, dando ainda conta que o Supremo Tribunal de Justiça quer concluir a investigação "no mais curto espaço de tempo possível".

De acordo com o semanário, o coordenador do Ministério Público no STJ, o procurador Duarte Silva, terá pedido à equipa do DCIAP, liderada por João Paulo Centeno, as "escutas em que o nome do primeiro-ministro é referenciado pelos arguidos da Operação Influencer, mas também pistas que tenham resultado das buscas de 7 de novembro".

Recorde-se que a 7 de novembro, realizaram-se buscas na residência oficial do primeiro-ministro, na sala do então chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária. Nessa altura, foram levados os discos externos e o conteúdo do computador de Escária, refere o Expresso.

As buscas estenderam-se a várias casas e locais de trabalho do consultor Lacerda Machado e aos administradores da Start Campus, a empresa responsável pela construção do centro de dados em Sines.

Foram realizadas 42 buscas, no total, que levaram à detenção de Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas. Todos os detidos foram colocados em liberdade pelo juiz de instrução. O Ministério Público defendia a prisão preventiva para Vítor Escária e Diogo Lacerda Machado.

No total, há nove arguidos no processo, incluindo o ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus.

O processo investiga a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

O primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão, tendo o Presidente da República marcado eleições antecipadas para 10 de março de 2024.

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