O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, declarou-se hoje "profundamente desiludido" com o facto de os australianos terem rejeitado, num referendo, a concessão de mais direitos aos cidadãos indígenas do país. .Volker Türk afirmou que, mesmo que o referendo tenha falhado, os problemas que pretendia resolver não desapareceriam..As divisões raciais latentes na Austrália foram reveladas em meados de outubro, quando pouco mais de 60% dos australianos votaram "não" num referendo sobre o reconhecimento dos aborígenes australianos na Constituição de 1901..Subtitulo."Estou profundamente desiludido com a oportunidade perdida de reconhecer formalmente os povos aborígenes e das ilhas do Estreito de Torres na Constituição australiana e de lhes dar mais voz no parlamento do país", afirmou Türk num comunicado..No entanto, os dados das sondagens que revelam que os australianos mais jovens apoiam mais as alterações constitucionais encorajaram-no..Türk disse também estar chocado com os níveis de alarmismo e desinformação registados durante a campanha do referendo..Algumas publicações nas redes sociais afirmaram que a proposta de referendo levaria à confiscação de terras, criaria um sistema de 'apartheid' ao estilo sul-africano ou faria parte de uma conspiração da Organização das Nações Unidas (ONU)..Os líderes aborígenes australianos puseram termo ao seu voto de silêncio na segunda-feira para denunciar a rejeição, por parte de milhões de compatriotas, de uma iniciativa histórica a favor dos direitos dos indígenas, afirmando que o resultado do referendo ficaria "gravado para sempre na história da Austrália"..Titulo.Se fossem aprovadas, as reformas teriam criado um órgão consultivo - conhecido como uma "voz" no parlamento - para ajudar a resolver as desigualdades sofridas pelas comunidades indígenas..Os aborígenes australianos representam 3,8% dos 26 milhões de habitantes do país.