O número de crianças e jovens em risco retiradas à família baixou para 6.349 em 2024, menos 97 comparativamente ao ano anterior, revelam dados divulgados esta quinta-feira, 11 de setembro, pelo Governo, segundo os quais o acolhimento familiar aumentou 37%.Os dados do Relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens (CASA) 2024, divulgados em comunicado pelo Governo, apontam também que 88,5% das crianças e jovens em perigo permaneceram em meio natural de vida e apenas 11,5% foram colocadas em acolhimento.“O esforço do Governo para assegurar respostas que se aproximem do meio familiar, permitindo vivências mais normalizadoras, resultou numa redução de cerca de uma centena de crianças e jovens que precisaram de acolhimento, passando de 6.446 em 2023 para 6.349 em 2024”, salienta o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que já enviou o relatório para o Ministério dos Assuntos Parlamentares, para a sua divulgação aos grupos parlamentares.Para as 6.349 crianças e jovens em situação de acolhimento em 2024, a duração média do tempo de permanência foi de três anos, registando-se uma diminuição de um mês face ao ano anterior.Segundo os dados, a redução das crianças e jovens em resposta de colocação verificou-se sobretudo nas casas de acolhimento (de 5.983 em 2023, para 5.678 em 2024), em contraste com o aumento progressivo do número de crianças que se encontram em acolhimento familiar (de 263 em 2023, para 361 em 2024) e em apartamento de autonomização (de 200 em 2023, para 310 em 2024).O ministério salienta que estes dados traduzem “uma tendência clara de desinstitucionalização das respostas de colocação”, notando que o acolhimento familiar aumentou 37%.“Tem sido reforçada a aposta nesta medida alternativa à institucionalização, que permite às crianças viver com uma família que lhe garanta segurança, afeto e desenvolvimento saudável”, adianta, lembrando que o Governo lançou em 2024 uma campanha de divulgação do acolhimento familiar que já resultou em cerca de 800 manifestações de interesse por parte de famílias.Registou-se também um aumento de 55% na colocação em apartamentos de autonomização, que servem para apoiar a transição para a vida adulta de jovens em risco entre os 15 e os 21 anos, apoiando o seu processo de autonomia.Os problemas na origem da necessidade de acolhimento mantêm-se em linha com a tendência dos anos anteriores, predominando a falta de supervisão e acompanhamento familiar (21%), seguida da exposição a modelos parentais desviantes (12%) e negligência ao nível da educação (11%).Mais de 68% das crianças e jovens que cessaram o acolhimento regressaram à família (pais ou outro familiar), seguindo-se a integração em família adotiva (17,2%). Quase 3% dos jovens saíram do acolhimento para autonomia supervisionada.O Relatório CASA visa caracterizar as crianças e jovens em situação de acolhimento, familiar e residencial.Os números de 2024 mostram que foram aplicadas um total de 55.448 medidas de promoção e proteção, das quais 11,5% foram medidas de colocação. A caracterização apresentada no Relatório CASA 2024 incide sobre este universo de medidas de colocação.Para a elaboração deste relatório foram ouvidas as crianças e jovens acolhidos, bem como as suas famílias, contando também com a perspetiva dos profissionais das casas de acolhimento, através da utilização de questionários dirigidos a cada um dos intervenientes..Acolhimento de crianças e jovens terá proximidade à família como critério.Programa de apoio à empregabilidade de jovens em risco é apresentado em Portugal