Morreu Fernando Paulouro, antigo diretor do Jornal do Fundão
Artur Machado

Morreu Fernando Paulouro, antigo diretor do Jornal do Fundão

Foi jornalista, chefe de redação e diretor do Jornal do Fundão. Integrou várias estruturas do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Tinha 78 anos.
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O histórico jornalista Fernando Paulouro das Neves, antigo diretor do Jornal do Fundão e que nos últimos anos se dedicou à escrita, morreu na noite desta segunda-feira, 6 de outubro, um dia depois de ter apresentado o seu último livro, "As Sombras do Combatente" na Biblioteca Eugénio de Andrade, no Fundão. A casa estava completamente cheia para ouvir o escritor. Tinha 78 anos.

Nascido em 1947, dedicou quase toda a vida ao Jornal do Fundão, onde foi jornalista, chefe de redação e diretor, escreve a própria publicação. Por várias vezes integrou as estruturas do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista. Com uma ligação muito forte à cultura, também presidiu ao Teatro das Beiras e recebeu variadas distinções, entre as quais o título de sócio de honra da Sociedade Ibero-Americana de Antropologia Aplicada, o Prémio Gazeta de Mérito do Clube dos Jornalistas ou o Prémio Eduardo Lourenço, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos. Em 2013, foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro da cidade do Fundão.

Já tinha sido anunciado que, no próximo ano, o jornalista iria presidir à Comissão de Honra das Celebrações dos 80 anos do Jornal do Fundão.   

Como escritor, publicou, entre outros títulos, "A Guerra da Mina e os Mineiros da Panasqueira" (em co-autoria com Daniel Reis), "O Foral: Tantos Relatos/Tantas Perguntas", "Os Fantasmas Não Fazem a Barba" (em co-autoria com Zé d’Almeida), "A Materna Casa da Poesia – Sobre Eugénio de Andrade", "Os Olhos do Medo", "Crónica do País Relativo – Portugal, Minha Questão", "Fellini na Praça Velha", "Brasil em Mim", "O Informador e Outros Contos", "Catorze Histórias Incríveis ou o Fabuloso Imaginário das Lendas da Beira Baixa" (em co-autoria com José Manuel Castanheira) e "O Tribunal das Almas". Organizou ainda a antologia António Paulouro: As Palavras e as Causas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu entretanto à morte do jornalista e escritor, recordando-o por uma “vida de entrega” ao Jornal do Fundão e pelo seu percurso literário.

Numa nota divulgada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa “recorda com saudade” Fernando Paulouro, que lembra pelo “legado de uma vida de entrega ao Jornal do Fundão onde foi, além de jornalista, chefe de redação e diretor” e pelo percurso literário, salientando o lançamento recente do livro “As Sombras do Combatente”.

Marcelo realça ainda a sua passagem pelo teatro, onde foi “distinguido pelo trabalho à frente do Teatro das Beiras” e o seu papel em diversas estruturas do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.

“À família, amigos e colegas de profissão, o Presidente da República apresenta as suas mais sentidas condolências”, lê-se na mesma nota.

A Guerra e Paz, que era a sua editora desde 2024, libertou também uma nota de pesar, tomando conhecimento da sua morte com “imensa tristeza”. “A Guerra e Paz despede-se, com imenso pesar, de uma figura que sempre privilegiou a cultura, a leitura e o livro, apresentando as mais sentidas condolências à sua mulher, Eugénia”, lê-se uma nota enviada às redações.

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