José Paulo Fafe tem "promessa" de transferência para pagar salários da GMG até inicio da próxima semana
O presidente da Global Media disse esta terça-feira que teve uma reunião com o fundo na segunda-feira e que teve "promessa" de uma transferência "até ao início da semana que vem" para pagar os salários em atraso.
José Paulo Fafe falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).
"Ontem [segunda-feira] tive uma reunião com fundo e tive promessa de até início da semana que vem [de] uma transferência que pague os salários que estão em atraso", anunciou o gestor
"E também tive a promessa do fundo de analisar a hipótese de fazer um pacote de ajuda extraordinária à Global Media", acrescentou.
Só "não paguei porque não tenho dinheiro, tenho feito tudo para poder pagar, tenho insistido com o fundo, já recebi propostas do empresário Marco Galinha", acrescentou, referindo que na semana passada "foram pagos os recibos verdes" de outubro.
O grupo vai fechar o ano "com sete milhões de euros de prejuízo", disse.
A Global Media pagou na quinta-feira o subsídio de refeição referente ao mês passado e os salários aos trabalhadores nos Açores.
O programa de rescisões na Global Media termina na quarta-feira, dia para o qual também foi convocada uma greve dos trabalhadores do grupo.
Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".
Em 21 de setembro, o World Opportunity Fund (WOF) adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media.
PSD deu aval para a compra da Lusa pelo Estado
O presidente executivo da Global Media relatou esta terça-feira que o PSD deu o aval para a compra da Lusa pelo Estado através de Paulo Rangel, mas foi "surpreendido" pelo social-democrata Hugo Soares de que não seria "bem assim".
José Paulo Fafe falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).
Questionado sobre quem inviabilizou o negócio da compra da participação da GMG na Lusa pelo Estado, o gestor recordou que "o Governo desistiu de fazer um negócio", alegando "não existir um consenso partidário", contou.
"O que me surpreendeu porque eu sei - e digo aqui sem qualquer problema - que o PSD, numa primeira fase tinha dado o acordo para o negócio através do senhor doutor Paulo Rangel, foi-me transmitido por alto responsável do PSD", prosseguiu José Paulo Fafe.
No entanto "nas vésperas do negócio" que viria a ser inviabilizado, "quando puxei o assunto" durante um jantar com um responsável do PSD, foi dito 'não é bem assim, temos de saber os contornos do negócio", relatou, apontando ter ficado "surpreendido na altura" pela postura, que "foi algo inesperada e inopinada".
Apontou que esse responsável era Hugo Soares, do PSD.
"Não quis pensar o pior", mas o negócio não se fez, acrescentou.
Durante a sua audição garantiu não ter falado com "nenhum membro do Governo" e que "quem conduziu as negociações foi Marco Galinha".
Questionado se se demite, foi perentório: "Não, não me demito".
"Vão ter de levar comigo até eu decidir", rematou o presidente executivo da Global Media.