Constança Urbano de Sousa: "Demitir-me seria uma atitude cobarde"

Ministra garante que nunca ponderou demitir-se e que não o fará enquanto tiver a confiança de António Costa.
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Ministra da Administração Interna disse, em entrevista à RTP 3, esta quarta-feira, que preferiu ficar no cargo "e resolver problemas" e admitiu abertura do inquérito aos acontecimentos.

Para a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, "é prematuro dizer que o estado falhou" na abordagem à estratégia de Pedrógão Grande.

"O mais fácil para um politico era demitir-se perante uma dificuldade. Eu optei por continuar a minha missão de serviço público, dar a cara, focada em resolver problemas. Demitir-me seria uma atitude cobarde e eu não sou cobarde", defendeu a ministra, confessando que nunca ninguém está preparado para uma tragédia como esta, "o pior momento" por que passou na vida.

Constança Urbano de Sousa espera agora pelo filme dos acontecimentos para avaliar o que fazer a seguir. "A fita do tempo é que vai dizer, quem fez o quê e o que falhou, não não excluiu que possa haver um inquérito. Preciso ter dados, que ainda não disponho, para saber se tenho matéria para abrir um inquérito", explicou a governante, revelando, que já foi aberto um inquérito pela própria GNR para saber o que falhou na estrada EN 236. A via não foi cortada e acabou por a via utilizada por muitas pessoas para fugir ao fogo, mas acabaram surpreendidas pelas chamas e morrer na estrada. Uma situação, que lhe causa, "alguma perplexidade".

A ministra da Administração Interna, admitiu que pode ter havido "uma subvalorização na avaliação". E quando questionada se os acontecimentos trágicos de Pedrógão Grande vão fazer com que o Governo altere a estratégia de combate aos incêndios este verão, a ministra defendeu, que "a estratégia que estava prevista para o verão já teve algum reforço de operacionais".

E, embora admita que "há mais a fazer na área da prevenção", Constança Urbano de Sousa, lembrou que o investimento no combate tem aumentado: "Em 2015, gastou-se no combate 63 milhões de euros, em 2016, 72 milhões e em 2017 temos previstos 76 milhões."

Quanto à origem do incêndio, Constança Urbano de Sousa considerou que "é leviano" dizer que o o incêndio teve mão criminosa, como aventou, Jaime Marta Soares, da Liga portuguesa dos Bombeiros.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e foi dado como dominado na tarde desta quarta-feira, tendo provocado pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

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