Incêndios: Fogo obrigou à retirada de pessoas em Lagos
FOTO: MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA

Incêndios: Fogo obrigou à retirada de pessoas em Lagos

O incêndio começou em Aljezur e progrediu de forma rápida devido ao vento forte e a vegetação seca. Chamas consumiram uma casa e obrigaram a corte de estradas.
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O incêndio que deflagrou em Aljezur, no Algarve, já entrou no concelho de Lagos, onde obrigou à retirada de pessoas por precaução, disse à Lusa o presidente da Câmara, acrescentando que o vento está a dificultar o combate.

O vento está muito forte e com rajadas muito fortes. Há muitos meios no terreno a combater o fogo, mas, por uma questão de precaução, algumas pessoas tiveram de ser retiradas de casa”, na freguesia de Barão de São João, afirmou Hugo Pereira.

O autarca não precisou quantas pessoas foram retiradas, mas especificou que foram as das “casas espalhadas pela mata [de Barão de São João] e da zona do perímetro urbano com a mata”.

Essas pessoas estão concentradas em “dois ou três locais mais seguros” de Barão de São João, disse Hugo Pereira.

Reafirmando que estão muitos meios no local e empenhados no combate ao fogo, o presidente da câmara sublinhou que o objetivo principal foi “salvaguardar a população”.

Também contactado pela Lusa, o autarca de Aljezur disse que a situação acalmou naquele concelho quando o fogo se dirigiu para Lagos, havendo a registar uma frente “com alguma atividade”.

De danos, há a registar que ardeu uma casa de segunda habitação e a retirada pontual de algumas pessoas de casa, situações que já foram resolvidas.

“De qualquer forma, vai ser uma noite de muito trabalho”, afirmou José Gonçalves.

De acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 22:50 combatiam o incêndio 492 operacionais, apoiados por 173 viaturas.

Em conferência de imprensa a final da tarde, o segundo comandante regional do Algarve da Proteção Civil, Abel Gomes, admitia que o fogo “continua fora de controlo, avançando com intensidade, alimentado pelo vento forte que afeta a região”.

“O fogo está fora da nossa capacidade de extinção e não fez, até agora, qualquer vítima”, notou.

O responsável explicou que o vento, com uma intensidade constante de 30 quilómetros por hora (km/h) e rajadas entre os 50 e os 60 km/hora, “tem sido o grande problema no combate”, fazendo com que as chamas tenham avançado 1.360 metros por hora, destruindo 52 hectares de mato e floresta em cada hora.

Além do mato e floresta, as chamas destruíram uma casa de segunda habitação, que se encontrava desocupada, “a única situação confirmada até agora”, referiu.

O presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, também presente na conferência de imprensa, confirmou a destruição da habitação, explicando que os serviços municipais “andam no terreno a fazer o levantamento e verificar se houve outras casas afetadas”.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, disse que a "grande preocupação está agora na povoação de Barão de São João, uma zona que tem casas dispersas por uma vasta área".

De acordo com o comandante Abel Gomes, o fogo “terá tido origem em trabalhos agrícolas”, cabendo à Guarda Nacional Republicana a investigação para apurar as causas.

Abel Gomes reafirmou que o vento dificultava as operações de combate ao fogo, decidindo os bombeiros efetuar o combate aos flancos do fogo para diminuir a sua intensidade “para depois atacar a cabeça”.

“Existe um potencial muito grande de as chamas evoluírem rapidamente, sendo a nossa preocupação a segurança de pessoas e animais”, realçou.

Abel Gomes manifestou-se ainda preocupado com as condições meteorológicas, dado que, “a previsão aponta a continuação do vento até terça-feira”.

O fogo obrigou também ao corte e condicionamento do trânsito em alguns troços rodoviários, nomeadamente nas estradas nacionais 120 e 268, entretanto reabertas ao tráfego, mantendo apenas a interdição em algumas estradas municipais, concluiu.

O fogo teve início pouco depois do meio-dia.

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