É algo controversa a história dos centros comerciais em Lisboa. Embora na edição de 14 de fevereiro de 1974 o DN diga que está para ser construído o primeiro, situando-se nas caves do Edifício Aviz, junto ao Sheraton, a verdade é que há registos que afirmam que nessa altura já existia (desde maio de 1971) o Centro Comercial Apolo 70, perto do Campo Pequeno, com decoração de interiores de Paulo d’Eça Leal, o homem que também criou, em 1964, o bar Snob, que ainda hoje funciona, na Rua do Século..Quanto ao primeiro centro comercial do país, parece que foi o do Cruzeiro, no Monte Estoril, em 1951. E, seja como for, perde-se na noite dos tempos a memória de edifícios internacionais que funcionam como centros comerciais, ou seja, sítios onde se juntam estabelecimentos de vários tipos diferentes. Basta pensar, por exemplo, no Grande Bazar de Istambul, que data do século XV..Mas voltando ao Aviz - ou seja, aquilo que se tornou no Centro Comercial Imaviz. A edição do DN de 15 de fevereiro de 1974 dizia que Lisboa iria ter “finalmente um Shopping Center”, estando já garantido que aí seria instalada uma loja da Dior..Segundo o jornal, as galerias, com ligação direta a uma estação de Metropolitano (Picoas), teriam 50 lojas e, quem as frequentasse, tanto poderia comprar “alta costura francesa” como um “simples e vulgar maço de cigarros”..Era ainda dito que a organização do espaço tinha sido “confiada a especialistas”, ou seja, a “um profissional brasileiro de grande experiência” e a “um grupo de arquitetos norte-americanos, reconhecidos entre os melhores autores de alguns dos mais modernos e funcionais shopping centers de Nova Iorque e Paris”..A inauguração estava prevista para outubro, mas acabou por só aconteceu em 1975. Entretanto, vieram os grandes centros comercial, um pouco por todo o lado, e os pequenos shopping centers de bairro, como o Imaviz ou o Apolo 70, foram perdendo clientela. Uma prosa da Time Out de março de 2023 dizia que o Imaviz, depois de ter fechado (no final dos Anos 90), e de ter reaberto (em 2014), era já de novo um “espaço fantasma”. Foi na discoteca do Imaviz, Whispers, que o DN realizou em tempos pelo menos uma das suas festas de aniversário.