Ativistas pintam fachada da Câmara de Lisboa e hasteiam bandeira da Palestina

Falha de segurança. Moedas não diz se abre inquérito contra Polícia Municipal. Mudança de agentes e de procedimentos nesta força terá facilitado vandalismo.
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Quem passou na manhã desta sexta-feira junto à Câmara Municipal de Lisboa (CML), na Praça do Município, viu a fachada do edifício pintada de vermelho e a bandeira da Palestina hasteada. A ação foi levada a cabo por ativistas solidários com o Coletivo de Libertação da Palestina, o Climáximo e a Greve Climática Estudantil de Lisboa.

Além de hastearem uma bandeira da Palestina na varanda da Câmara Municipal de Lisboa e de pintarem a fachada a vermelho, os ativistas deixaram escrito no edifício a palavra "genocida", como refere o Coletivo de libertação da Palestina numa publicação no Instagram. Também colocaram uma faixa com a frase: "Palestina livre".

"Não podemos consentir com instituições que celebram um regime de apartheid, apoiando este genocídio. Não estando sequer o mínimo garantido - o corte diplomático e de todas as relações económicas e políticas entre a CML e o regime sionista - hoje tornamos impossível ignorar o papel desta instituição na legitimação de apartheid e continuados crimes de guerra. Lutamos pelo fim da ocupação da Palestina e a autodeterminação do seu povo. Não assistiremos paradas ao genocídio", declaram as ativistas na rede social, acusando o presidente da autarquia Carlos Moedas e a Câmara Municipal de Lisboa de apoiar "o apartheid israelita".

Na publicação condenam "o apoio incondicional de Carlos Moedas a um projeto colonial que, há mais de 75 anos, tem por base a limpeza étnica do povo palestiniano".

"As posições e ações do presidente da CML tornam-no e à autarquia cúmplices do genocídio que, há mais de dois meses, o regime israelita leva a cabo na Palestina", referem.

A Câmara de Lisboa já começou a proceder à limpeza do edifício.

Fontes próximas da Polícia Municipal de Lisboa dão nota de que a recente substituição dos agentes que faziam serviço de segurança naquele local e muito rotinados nos protocolos de vigilância e reação, bem como, a mudança de alguns procedimentos operacionais, como a presença da polícia no exterior, com rondas aleatórias ou programadas, podem ter contribuído para que o ato de vandalismo e o escalamento até à varanda com a colocação de faixa e bandeira, fosse possível.

Questionada sobre se esta falha de segurança iria levar alguma abertura de algum inquérito na Polícia Municipal, a Câmara Municipal de Lisboa não respondeu ao DN.

A Polícia Municipal tem como novo comandante o superintendente José Figueira, que já foi responsável pela segurança do antigo presidente da República, Cavaco Silva.

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