A aposta da Galp no Brasil continua a dar os seus frutos. O primeiro poço da empresa portuguesa a produzir comercialmente no pré-sal da Bacia de Santos, no campo de Lula (antigo Tupi), registou uma produção média de 28.438 barris de petróleo por dia (bpd) em Maio, confirmando assim "o elevado potencial dos reservatórios do pré-sal brasileiro", diz a empresa em comunicado. Uma meta atingida no primeiro mês em que este poço em alto mar (o P1), começou a funcionar em pleno. Isto porque, apesar de ter entrado em produção comercial (para venda no mercado) no final do ano passado, só em Abril deste ano é que começou a aproveitar o máximo da sua capacidade, que são 100 mil barris de petróleo por dia. Até agora, o poço estava com uma capacidade de apenas 30 mil bpd, porque ainda não tinha entrado em funcionamento o poço injector de gás que permite a produção máxima. Esse poço, que reinjecta o gás que é extraído juntamente com o petróleo novamente no reservatório, permite manter a pressão necessária à extracção do petróleo. O poço P1 está ligado à plataforma flutuante Cidade Angra dos Reis, onde a Galp irá ligar mais seis poços de produção de petróleo até 2017. O segundo poço terá uma capacidade de 120 mil bpd em 2013, o terceiro uma produção de 150 mil bpd em 2014 e do quarto ao nono poço, a produção estimada é de 150 mil bpd a atingir entre 2015 e 2017. Estes seis poços integram apenas um dos campos que a Galp está a explorar no Brasil, o Lula. Contudo, a petrolífera portuguesa participa ainda na exploração de mais seis reservatórios no pré-sal brasileiro (ver imagem) que ainda estão neste momento em fase de avaliação. É por isso que as estimativas apontam para que em 2020, a Galp esteja a produzir 200 mil barris de petróleo por dia, dos quais 35 mil serão em Angola, onde a empresa já tem a actividade de produção de petróleo há alguns anos. Esta será a fatia da portuguesa, que tem participações diferentes nos diferentes campos. No Lula, tem 10% de um consórcio que integra ainda a Petrobras e o BG Group, empresa que reviu em alta a estimativa das reservas no Brasil, levando as acções da Galp a disparar 9% num só dia. No total, só o campo Lula e o Cernabi (ambos na mesma região) irão produzir um milhão de barris por dia em 2020, ou seja, cerca de 100 mil para a Galp. E só do primeiro poço do Lula - este que já está agora na fase comercial - estima-se que a produção seja de 100 mil barris por dia para o consórcio já em 2012. A Galp não divulga os valores de investimento de cada uma das fases deste mega projecto no Brasil, mas segundo os dados revelados no plano estratégico da empresa de 2012 a 2015, a área de exploração e produção de petróleo vão receber uma fatia de 3,5 mil milhões de euros, cerca de 75% do total a investir nesses três anos. O que é pré-sal?O pré-sal brasileiro é a camada do fundo do mar de onde a Galp vai extrair o petróleo, curiosamente, uma das zonas de onde é mais difícil retirar petróleo e por isso, também mais caro. Aliás, quado se fala em escassez de petróleo no futuro é exactamente porque as estimativas apontam que a maior parte das reservas mundiais estejam no pré-sal.