Em Amares, Braga, onde se sentou ao volante de um portentoso camião TIR, o líder social-democrata ficou inspirado para abalroar aquela que considera ser uma das mais perniciosas reversões deste governo, a da reforma do IRC. Pedro Passos Coelho considerou que foi "muito negativo para os empresários"..Numa ação de campanha autárquica de apoio ao candidato da coligação PSD-CDS Manuel Moreira - atual presidente da câmara, mas que há quatro anos foi eleito pelo PS -, Passos Coelho lamentou que não tivesse prosseguido a trajetória de descida do IRC prevista pelo governo que liderou. "O facto disso ter sido revertido preocupa-nos, era muito importante que pudéssemos continuar a criar ambiente favorável à competição económica e que as pessoas pudessem ter melhores empregos", defendeu, considerando que uma fiscalidade adversa pode gerar dificuldades na criação de melhores salários..Durante a visita a uma empresa de transportes em Amares, o líder do PSD experimentou sentar-se ao volante de um camião TIR, altura em que recordou já ter gerido uma empresa que tinha uma frota de camiões..Não chegou a rodar a chave da ignição, mas, questionado sobre se se sente preparado para conduzir os destinos da oposição até às autárquicas de 1 de outubro, respondeu de forma pronta. "Não me sinto preparado, eu já estou a conduzir. O PSD é um grande partido e procura nestas eleições recuperar uma posição cimeira no plano autárquico e é isso que estamos a fazer, estamos a trabalhar para isso", disse..Neste dia de campanha as caravanas dos líderes andaram espalhadas pelo país: comunistas e socialistas pelo Alentejo, tendo Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS, continuado a substituir António Costa no terreno, já que o líder do PS esteve nas Nações Unidas (ver pág. 10). O CDS andou por Lisboa e Pombal, e os bloquistas na Margem Sul de Lisboa..Foi precisamente numa viagem de barco entre o Seixal e o Barreiro que Catarina Martins voltou ao tema do futuro da geringonça. A líder bloquista afirmou que morreu a ideia de que só alguns partidos faziam parte de soluções governativas, recusando fazer especulações sobre eventuais acordos futuros, porque o empenho é no compromisso atual.."Em democracia, os partidos apresentam os seus programas, os eleitores votam e depois há maiorias e convergências quando é possível em torno de programas políticos que foram sufragados pelos eleitores. Eu acho é que em Portugal havia a ideia de que alguns partidos faziam parte de soluções e outros não. Bem, essa ideia morreu e ainda bem", enfatizou. A líder do BE foi perentória ao afirmar que há "uma legislatura para acabar" e o partido está empenhado nos acordos que fez porque os compromissos assumidos "vão até ao fim"..Com Lusa