Primeira pergunta – “como se protege a economia portuguesa?”- , primeiro ataque de André Ventura ao líder socialista: “Criando condições com estabilidade que não é aquela que o PS e Pedro Nuno Santos deixou”.A solução, defende o líder do Chega, é dar “prioridade aos europeus e prioridade aos produtos europeus” tendo “uma economia que não se deixa invadir de produtos chineses, indianos, paquistaneses, da América do Sul, como o PS deixou”.Acusando o PS e “os amigos de Pedro Nuno Santos” de “patrocinarem” acordos que permitem uma “invasão”, André Ventura critica a “entidade porreira” da Europa e do “amigo António Costa” de “deixar entrar”. E “na imigração”, afirmou, “foi a mesma coisa”.Solução? “Acabar”, deu como exemplo, “com o acordo do Mercosul”.Pedro Nuno Santos pegou na deixa dos “amigos”, e depois de afirmar que “as tarifas anunciadas têm impacto profundamente negativo nas nossas empresas”, questionou André Ventura: “Está do lado dos portugueses ou de Donald Trump?”.A resposta de Ventura – “… os portugueses” – ficou perdida na argumentação do líder socialista. É que “defender os portugueses é combater as tarifas” porque o Portugal “não pode viver apenas para o mercado doméstico”.E depois nova insistência: “Está ao lado dos portugueses ou do seu amigo e aliado Trump?”. A acusação? Ventura não percebe de economia, tem “uma incompreensão”.O líder do Chega aproveitou a “incompreensão” e foi direto ao passado de governante de Pedro Nuno Santos – tal como Rui Rocha, presidente da IL, já tinha feito.“Se eu tenho uma má compreensão da economia, deem-me uma oportunidade, porque o homem que está à minha frente destruiu a economia”, afirmou André Ventura, sustentando que o líder socialista “deu cabo da TAP, da ferrovia, da CP”.Pedro Nuno Santos agradeceu as referências à TAP e à CP, reforçando que Ventura “não percebe o básico da economia portuguesa”, para responder o que já tinha respondido ao líder da IL: “Lucro”, que as duas empresas passaram a dar lucro.Na questão dos “impostos”, o secretário-geral do PS garantindo “preservar o objetivo das contas certas” disse ter um “programa mais cauteloso” do que o da AD-Coligação e com medidas que “custam metade” do que foi apresentado por Luís Montenegro.IVA Zero, redução do IUC e IVA a 6% na eletricidade foram medidas do programa eleitoral do PS classificadas por Pedro Nuno Santos como “boas” num “quadro de uma incerteza e do risco inflacionista”.“Se Pedro Nuno Santo não geriu bem um ministério, como vai gerir bem todos os ministérios?”, respondeu de imediato André Ventura, que verbalizou logo outra questão: “Geriu tão mal a habitação e vai gerir o país inteiro?”.E logo de seguida mais duas perguntas: “Em 2023, o PS decidiu aumentar o IUC. Agora propõe baixar. O que mudou? O PS votou contra a proposta do Chega de IVA Zero e agora a apresenta a medida no programa eleitoral. O que mudou?”.Pedro Nuno argumentou que a sua “primeira decisão como secretário-geral do PS foi recuar no aumento do IUC” e diz ter “orgulho” no que fez como governante.“É eleitoralismo puro. O que mudou em dois anos? Nada. Vai haver eleições”, contra-argumentou Ventura.“Parece que está a dizer que Costa fez mal tudo, esqueçam que o PS existiu e eu sou um homem novo (…) Isto não é São Paulo, caiu do cavalo e viu a luz”, diz constatar o líder do Chega.É só “esbracejar, esbracejar”, responde Pedro Nuno Santos – que acusa Ventura de “nada dizer de concreto”.“O PS tem a lógica de taxar, taxar, taxar. Pedro Nuno Santos sempre foi contra a descida de impostos. Quer taxar mas podia ser para Portugal crescer, mas é para distribuir pela malta que não quer fazer nada e para um conjunto de parasitas, no Estado e fora dele, que nos continuam a empobrecer”, insiste Ventura que avisa que com ele “vai ser cortar a direito”.Na questão da imigração, Pedro Nuno Santos, classificando o tema como “complexo”, defendeu “que não pode ficar entre os extremos de quem não quer regulação nenhuma e de quem quer fechar as portas”.O secretário-geral socialista defende, assim, uma “posição equilibrada, regulada com regras, com canais legais de entrada”.Sobre a manifestação de interesses, que já não defende, “diz que fez sentido num período mas é um mecanismos desajustado que dá incentivos errados, quando se quer é que as pessoas procurem mecanismo legais”.“Está-me a irritar”, interrompe André Ventura que confessa que “debater com o PS irrita-me”.“A mim também me irrita muita coisa que o André Ventura diz, mas tenho de ter a maturidade suficiente”, que por duas vezes acusou o líder do Chega de falta de “maturidade”.A “ética”, questão que foi ligada a Montenegro e à saída de Costa, voltou, como previsível, a separar André Ventura de Pedro Nuno Santos.“Não tenho nada contra primeiros-ministros ricos, não aceito é que haja primeiros-ministros a enriquecer sem percebermos como”, disse o líder do Chega que aproveitou para nova acusação ao líder do PS.“Pugnar pela ética e meter Hugo Mendes, o secretário de Estado da famosa indemnização da TAP nas listas do PS, é dar um péssimo exemplo de ética”, referiu.“Ventura e Chega não têm autoridade moral para apontar o dedo a ninguém em Portugal”, respondeu Pedro Nuno Santos referindo o “combate firme e sem tréguas à corrupção” dos governos socialistas.