O presidente da Câmara de Lisboa e recandidato Carlos Moedas acusou esta segunda-feira, 25 de agosto, o PS de se ter radicalizado e escolhido “o caos” na capital, ao participar em manifestações contra a polícia ou bloquear algumas decisões do executivo municipal.No discurso de abertura da 21.ª edição da Universidade de Verão do PSD, que arrancou esta segunda-feira, em Castelo de Vide (Portalegre), Moedas afirmou que o valor pelo qual está na política “é a moderação”.“Nós queremos combater os extremismos, venham eles da esquerda ou da direita, e acreditem que tenho sido muito atacado por isso. Eu repito, o extremo da esquerda e o extremo da direita são igualmente maus. Há sim uma equivalência nestes extremismos: é que são igualmente maus”, defendeu.Para Moedas, esses “extremismos só podem ser combatidos compreendendo o que é que mudou na política”, defendendo um equilíbrio entre a antiga forma de fazer política – mais hierárquica, vertical e racional – e a nova, mais emocional, horizontal e digital.“Aquilo que me preocupa é que partidos que estariam no centro democrático, que viveram a democracia, e que eu vi com os meus olhos durante quatro anos na Câmara de Lisboa: um partido como o PS a radicalizar-se para esse extremo da emoção do radicalismo. O PS fez essa escolha do caos em Lisboa”, acusou.“Como é que um partido como o PS pode estar numa manifestação contra a polícia? Como é que um partido como o PS pode bloquear medidas concretas para uma cidade?”, questionou, dando como exemplos o ‘chumbo’ por três vezes da isenção de IMT para jovens ou “o bloqueio da construção de 600 novas camas para estudantes em Lisboa” por incluírem recurso a privados.Moedas disse não querer saber se a construção “é pública ou privada”, desde que exista “uma solução para os estudantes que chegam a Lisboa”.“Eu costumo dizer que desde que entrei na política tive sempre uma liderança muito clara, sempre muito consistente. A que eu chamava para mim próprio a liderança dos três is: impacto, da intimidade e da inspiração”, afirmou.O presidente da Câmara de Lisboa salientou uma medida tomada pelo seu executivo, que passou pela retirada de cartazes políticos em alguns pontos centrais da cidade, deixando novas críticas ao PS, desta vez de “cinismo político”.“Retirámos todos esses cartazes. Plantámos 50 mil árvores em Lisboa em quatro anos. Mas hoje é triste ver que um partido como o PS, um partido com responsabilidade, enche novamente a cidade de cartazes”, acusou.E deixou um desafio, quer ao PS, quer aos partidos que integram a coligação à esquerda.“Quando o PS me vier falar de sustentabilidade, vier falar de poluição, quando o PS está a poluir a cidade com cartazes de grande dimensão, então isso é cinismo político. Porque hoje a poluição também é isso (…). Eu gostava de saber o que é que os ativistas ambientais desse bloco da esquerda e também do Bloco de Esquerda pensam sobre essa poluição visual”, acusou.Concorrem à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU, coligação PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN) e Tomaz Ponce Dentinho (Democrática Aliança, coligação PPM/PTP).No atual mandato (2021-2025), a autarquia é presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta, eleito pela coligação “Novos Tempos” - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.