Operação Influencer leva ‘general’ de Pedro Nuno a afastar-se
Visto no PS como o nº 2 do pedronunismo, Duarte Cordeiro, ainda ministro do Ambiente, recusou ser integrado nas listas de candidatos a deputados para as eleições legislativas de 10 de março, pretendendo agora, segundo disse ao Expresso, “abraçar outros desafios profissionais”.
O que o levou a afastar-se foi a Operação Influencer, na qual foi envolvido, sendo alvo de buscas da PSP, no mesmo dia em que agentes estiveram também na residência oficial oficial do primeiro-ministro. A notícia da sua decisão de se afastar foi ontem avançada pelo Público e depois confirmada com declarações do próprio ao Expresso.
"Optei por sair de cargos públicos nesta fase. É uma decisão pessoal", disse ao semanário, acrescentando que "não tem muita paciência para o ambiente tóxico" que se vive na política - e recordando-se aqui que o seu nome também foi envolvido na Operação Tutti Frutti (aqui por supostas ações enquanto vereador na Câmara Municipal de Lisboa).
Assim, Cordeiro prefere agora "aguardar serenamente" que se "esclareçam todos estes casos" e só depois se irá disponibilizar de novos para cargos públicos. "Tenho direito ao meu bom nome", disse. Acrescentando: "Sempre gostei de assumir desafios difíceis e exigentes na política e não vejo outra forma de encarar o exercício de cargos públicos [que não seja] de forma plena e livre."
Com esta decisão, mantém-se a incógnita sobre quem será o cabeça de lista do PS por Lisboa, já que o líder do partido, Pedro Nuno Santos, avançará, como sempre, pelo distrito onde nasceu, Aveiro. O nome mais referido tem sido o de Alexandra Leitão, ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, que está a preparar o programa eleitoral que o PS apresentará às legislativas.
As estruturas distritais do partido estão agora a aprovar listas, a que depois se acrescentarão os 30% da quota pessoal do líder do partido (que tem também o direito de escolher todos os cabeças de lista).
No Porto, a proposta federativa já foi aprovada, sendo encabeçada por João Torres, ex-secretário-geral adjunto. Manuel Pizarro, atual ministro da Saúde, e número um pelo Porto em 2022, deixou de constar.