Montenegro descarta negociações com Chega nos Açores até votação do programa do Governo

Montenegro descarta negociações com Chega nos Açores até votação do programa do Governo

No início do debate que o opôs ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, na RTP1, líder do PSD foi questionado se espera que o Chega viabilize o programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
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O líder do PSD desafiou hoje o Chega a decidir se vai respeitar o resultado das eleições regionais dos Açores ou se prefere "ir para os braços do PS", descartando qualquer negociação até à votação do programa do Governo.

No início do debate que o opôs ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, na RTP1, Luís Montenegro foi questionado se espera que o Chega viabilize o programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, depois de o PS/Açores ter decidido na sexta-feira que vai votar contra.

Na resposta, o líder social-democrata considerou que a situação nos Açores "é muito interessante" porque, na região, PS e Chega "têm uma perspetiva muito idêntica àquela que apresentam para o país", salientando que é preciso que ambos clarifiquem posições.

"O PS já clarificou posição: diz, basicamente, que não governa nem deixa governar. É uma opção. Acabou de cair a máscara do PS. A máscara do PS é: não vence as eleições, não tem condições para liderar o Governo e, simultaneamente, também não respeita a vitória eleitoral que a Aliança Democrática [AD] obteve nas urnas", afirmou.

Para o presidente social-democrata, o PS, "ao manifestar a sua posição contrária à formação do Governo da AD, colocou-se na situação de estar na oposição e numa oposição ativa de derrube até das condições de início da governação".

Já no que se refere ao Chega, Luís Montenegro considerou que o partido terá agora "o chamado teste de algodão".

"O Chega agora terá de tomar uma opção que é respeitar o resultado eleitoral e a vontade dos açorianos ou ir para os braços do PS numa coligação que, aliás, já experimentou com o espoletar desta crise política que teve como desenlace o resultado eleitoral de dia 04" de fevereiro, afirmou, referindo-se às eleições regionais dos Açores, que deram a vitória à coligação PSD/CDS-PP/PPM, mas sem maioria absoluta.

O líder do PSD salientou que este teste do algodão para o Chega "tem dia e hora marcada", referindo que será feito no dia em que será votado no parlamento regional o programa do Governo da AD.

"Não vale a pena sonhar com nenhuma negociação. Não existe, não vale a pena sonhar com ela, não vale a pena andar a enganar as pessoas, dando a entender que ela, de alguma maneira, possa existir", afirmou, numa alusão a declarações do líder do Chega, André Ventura, e do presidente daquele partido nos Açores, José Pacheco, que disseram haver conversas em curso.

Na sexta-feira, o PS/Açores anunciou que vai votar contra o Programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu no domingo as eleições regionais. A coligação elegeu 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta.

José Manuel Bolieiro, líder da coligação de direita, no poder no arquipélago desde 2020, disse que irá governar com uma maioria relativa nos próximos quatro anos.

O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido pelo Chega, com cinco mandatos. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.

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