Marta Temido candidata a número dois da concelhia do PS/Lisboa

Ex-ministra da Saúde integra a candidatura de Davide Amado à concelhia do PS na capital, numa lista onde está também Mariana Vieira da Silva.
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Pouco mais de um ano depois de ter recebido das mãos de António Costa o cartão de militante do PS, Marta Temido estreia-se agora como candidata a uma estrutura interna do partido. A ex-ministra da Saúde, que anunciou a demissão do cargo no final de agosto, é a número dois da lista de Davide Amado à concelhia de Lisboa, nas eleições marcadas para 7 e 8 de outubro próximos.

Davide Amado, que é também presidente da junta de freguesia de Alcântara, confirmou ao DN que Marta Temido integra a candidatura àquela que é uma das maiores estruturas concelhias do PS. "Para nós é um privilégio tê-la como militante da concelhia e é com muita honra que a temos nas listas", diz o autarca socialista. Entre os cerca de 60 nomes (e outros tantos suplentes) constam também Inês Drummond (como número três), coordenadora dos vereadores socialistas na câmara municipal, Manuel Lage, líder da bancada na Assembleia Municipal, e presidentes de juntas de freguesia da capital como Jorge Marques (Ajuda), Sofia Dias (Penha de França), Miguel Coelho (Santa Maria Maior) ou Pedro Costa (Campo de Ourique). Sérgio Cintra, atual presidente da concelhia que decidiu não se recandidatar à liderança, também surge nas listas, num conjunto de nomes que fecha, numa posição simbólica, com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.

Apesar da demissão de Marta Temido no final de agosto, a passagem de testemunho da pasta da Saúde só ocorreu a 10 de setembro, com a tomada de posse do novo ministro, Manuel Pizarro. No final da cerimónia em Belém, Temido anunciou que assumiria o lugar de deputada na Assembleia da República (foi cabeça de lista por Coimbra nas últimas legislativas) e deixou claro que se vai manter na vida política: "A política não é necessariamente um exercício que só que se faça no palco ou na exposição, é um exercício de cidadania e eu não acredito em quem diz que não é político. E eu tenho a política dentro de mim, porque isso significa escolhas públicas". Em agosto de 2021, quando recebeu o cartão de militante no palco do 23º congresso do PS, efusivamente aplaudida pelos socialistas pela gestão da pandemia, Marta Temido chegou a surgir no lote de possíveis sucessores de António Costa - ainda que este cenário não fosse reconhecido entre os socialistas, face à manifesta ausência de percurso partidário de Temido. A agora ex-ministra da Saúde diria depois que "não é por aí", mas também sublinhou que "o futuro é uma coisa que é sempre ampla e nunca se sabe o que nos pode trazer".

Davide Amado, candidato à liderança da concelhia de Lisboa, resume assim os objetivos da sua candidatura: "Organizar e mobilizar o PS, fazer uma oposição séria, responsável e serena em Lisboa e preparar uma proposta para os lisboetas", já com as autárquicas de 2025 no horizonte.

Sobre as críticas de Carlos Moedas, que tem acusado o PS de ainda não ter percebido que perdeu as últimas eleições locais, Davide Amado devolve: o presidente da autarquia "ainda não percebeu que ganhou a câmara e que tem de governar e parar de ser oposição à oposição". "Começou o ano letivo e não há transporte escolar, as crianças do primeiro ano deixaram de ter acesso às aulas de natação, os serviços de limpeza da cidade - onde havia problemas pontuais - agora só pontualmente funcionam. São exemplos do desnorte e impreparação do atual executivo".

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