O candidato a presidente da secção do Porto do PSD Francisco Carvalho apresentou um pedido de impugnação do ato eleitoral em que os militantes sociais-democratas deram a vitória à lista do deputado Alberto Machado. Numa carta enviada ao presidente do Conselho de Jurisdição Distrital, Pedro Neves Sousa (também membro do grupo parlamentar do PSD), o derrotado nas eleições de 13 de julho defende que repetir a votação é uma “imperdível oportunidade para demonstrar que existe transparência e boa-fé nos processos internos, e não permitir que uma incerteza estatutária, mais alguns atropelos regulamentares, sejam usados para tentar anular a concorrência”..Não é o primeiro pedido de impugnação de Francisco Carvalho, líder da bancada do PSD na Assembleia de Freguesia de Ramalde, que antes do ato eleitoral recorreu aos conselhos de jurisdição nacional e distrital. Mas a votação acabou por decorrer, com a Lista A, presidida por Alberto Machado, a conseguir 518 votos (82,35% dos votos expressos), contra apenas 111 da Lista P. E fontes sociais-democratas ouvidas pelo DN realçaram que a ata da eleição “nada tem a apontar” na parte destinada a reclamações das candidaturas..No pedido de impugnação apresentado agora, Francisco Carvalho alega que o facto de não terem sido levados em conta os novos estatutos do PSD, publicados a 24 de abril no jornal partidário Povo Livre, gerou uma “incerteza estatutária”, com as diferenças quanto ao entendimento da capacidade eleitoral dos militantes (no que toca a prazo para pagamento de quotas e mínimo de dias de militância ativa) a levarem “vários que podiam votar a não votar”..Responsáveis do PSD alegam que a última versão dos estatutos só pode ser aplicada após aprovação do Tribunal Constitucional, mas a lista derrotada defende que tal “não interfere neste caso, pois estamos a tratar da produção de efeitos exclusivamente internos, só perante militantes do partido”..Também é alegado que só decorreram 29 dias desde a convocatória eleitoral, e não os 30 necessários. Isto porque, apesar de o Povo Livre em que foi publicada ter data de 12 de junho, só terá estado disponível para os militantes no dia seguinte, “como geralmente ocorre”. Para retirar dúvidas, Carvalho diz que “pode ser solicitada uma auditoria técnica ao servidor do partido”..Contactado pelo DN, Pedro Neves Sousa disse que o pedido de impugnação lhe “chegou há muito pouco tempo”, tendo de ser analisado pelos cinco membros do órgão. E não comentou a referência ao que Carvalho diz ser “uma discrepância face aos votos apurados no ato eleitoral”, levando-o a pedir a cópia do caderno eleitoral das duas mesas de votação ao presidente da Mesa da Distrital do Porto. Que é o atual ministro Pedro Duarte.