Ela diz que não, ela diz que as sociedades gestoras declinaram a continuidade das parcerias porque não lhes convinha os valores apresentados. Esta é verdadeiramente a situação, mas vamos à razão do problema. As parcerias público-privadas com gestão privada durante dez anos, mais que se justificam, mas ao fim de dez anos um SNS que não consegue encontrar uma gestão capaz para substituir em transição a gestão privada, também está a ficar abaixo daquilo que devia estar. Quando desenhei as parcerias, 30 anos para o investimento e dez para a gestão clínica, sempre admiti que ao fim de dez anos a experiência fizesse com que o SNS estivesse em condições de administrar esses hospitais. Acontece que parece que não está nas mesmas condições, por causa da gestão financeira do Estado, dessa centralização absurda, da incapacidade de atualizar os vencimentos. As pessoas foram-se embora, as administrações, provavelmente, não terão todas o mesmo nível de competência das anteriores, enfim, deviam aprender com os bons exemplos da gestão anterior. Aliás, em 2015, quando colaborei no programa do governo de então, estabeleceu-se o princípio de que as parcerias seriam avaliadas e que a decisão de prosseguir ou não, decorreria dessa avaliação. Há quem diga que as parcerias foram quase todas avaliadas positivamente para o setor privado, conheço alguns desses estudos, mas também há outras razões de queixa, porque também há novas patologias e novas terapêuticas. Cada um desses problemas é específico e não os conheço.