André Silva, ex-líder do PAN, entrou em rutura com a atual direção do partido.
André Silva, ex-líder do PAN, entrou em rutura com a atual direção do partido.Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

André Silva deixa PAN “que, mais do que elástico,é hoje plástico”

Antecessor de Inês de Sousa Real, e primeiro deputado eleito pelo partido, justifica a decisão pelo apoio “aberrante” à governação de direta na Madeira.
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O ex-porta-voz do PAN, André Silva, principal rosto do partido entre 2014 e 2021, sendo o primeiro deputado eleito para a Assembleia da República, anunciou ontem a sua desfiliação. Fê-lo através de um artigo de opinião, que saiu ontem no Público, escrevendo que o PAN se tornou “profundamente irresponsável” e tem em curso “o processo de abandono de um projeto político em nome de um projeto de poder, afigurando-se uma carochinha à espera do João Tachão”.

A decisão de André Silva, que estava afastado da vida partidária nos últimos anos, deveu-se sobretudo ao apoio da deputada regional Mónica Freitas ao Governo Regional da Madeira. “A notória disponibilidade para bailar com (quase) todos, aliada à pretensão de fomentar uma imagem de moderação, sensatez e outras coisas que tais, transforma o PAN num partido quase inútil às causas que proclama defender e que justificam a sua existência no nosso país”, defendeu o antecessor da atual porta-voz, Inês de Sousa Real, no artigo “O PAN deixou de me representar”.


“Mais do que elástico, o PAN é hoje plástico”, criticou o antigo deputado do PAN, único em 2015 e com três colegas de bancada após legislativas de 2019. Para André Silva, o apoio parlamentar ao governo minoritário de Miguel Albuquerque foi “aberrante” por representar a “venda dos valores do partido” a um “regime cleptocrático” só “porque não tem touradas”, e sem se preocupar em negociar contrapartidas na defesa do ambiente e da vida animal.
O DN tentou obter uma reação oficial do PAN à decisão de André Silva, o que não foi possível até ao fecho desta edição.

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