Os pagamentos com cartão nos estabelecimentos portugueses aumentaram 15% este verão, em comparação com o igual período do ano passado, segundo um relatório da Reduniq, a maior rede de aceitação de cartões nacional e marca da Unicre. Este crescimento fez-se sobretudo do lado do turismo estrangeiro, que registou um acréscimo homólogo de 20% nas transações, entre julho e setembro, ao passo que os pagamentos nacionais somaram 14%..Em termos de faturação, a subida foi menor. Foram 8%, sustentados especialmente, e uma vez mais, na atividade estrangeira, cujas receitas somaram 10% em relação ao verão de 2022 - não obstante, o contributo nacional também conheceu um aumento de 7%. O facto de as transações conhecerem um crescimento superior ao da faturação sugere uma diminuição do valor médio da compra: 35 euros em 2023, contra 37,2 euros no ano anterior.."O crescimento do número de transações, face à faturação deve-se igualmente à gradual democratização dos pagamentos digitais em detrimento do dinheiro físico. Aqui falamos não apenas dos tradicionais cartões de pagamentos, mas também os pagamentos via smartphone ou wereables", explica Tiago Oom, diretor comercial da Unicre, deixando a nota de que os "comerciantes que não aceitam meios eletrónicos de pagamentos acabam por ter impactos nos resultados de venda, uma vez que os consumidores cada vez menos andam com dinheiro"..Os setores da restauração (14%), retalho alimentar (9%) e hotelaria e atividades turísticas (5%) foram os que mais cresceram ao nível da faturação, representando cerca de 57% do montante total. A tabela dos que mais gastaram no país é liderada pelos franceses, com uma fatia de 18% do total de faturação estrangeira, seguidos do Reino Unido e Irlanda (13%) e dos Estados Unidos e Espanha (9%). De destacar os turistas irlandeses que, além de crescerem 33% a faturação, registaram o valor da compra média mais elevado do top 5 de países estrangeiros: 124,7 euros..Segundo o Reduniq Insights, os maiores crescimentos homólogos ao nível da faturação foram observados na Região Autónoma dos Açores (14%), no Alentejo (12%) e no Norte (11%). Focando somente o consumo estrangeiro, os negócios das regiões insulares foram os que melhores resultados alcançaram: enquanto nos Açores o salto foi de 22%, na Madeira foi de 18%. Já do lado interno, destacou-se o crescimento do Alentejo (12%). O Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa (ambas 6%), por seu turno, apresentaram as subidas menos expressivas..O pico da faturação, que representou inclusive 23% do total do montante registado entre 2 de julho e 2 de setembro, foi atingido na primeira quinzena de agosto, algo que, segundo Tiago Oom, se deve a dois fatores: o primeiro relacionado com a realização da Jornada Mundial da Juventude, "que trouxe um maior fluxo transacional estrangeiro em diversos pontos do país"; e o segundo com o facto de "entrarmos na tradicional época de férias, onde a primeira quinzena de agosto é sempre a preferida dos portugueses"..Por outro lado, também "os estrangeiros procuram cada vez mais uma diversidade de destinos nacionais, trazendo com isso um maior impulso para a economia de cada região, muito relevante nesta primeira quinzena", acrescenta o responsável.