Vivemos num mundo em que as mudanças são constantes e os desafios podem ser pequenos ou grandes, mas, quase sempre, exigem respostas rápidas, eficazes e igualmente ágeis. Neste contexto, pensar como um programador pode ser mais do que uma competência técnica, pode ser encarado como uma abordagem mental estratégica, capaz de transformar a forma como enfrentamos problemas e tomamos decisões. O programador deve ser assertivo nas tecnologias que escolhe e nas decisões que toma, uma vez que estas impactam todo o ecossistema à sua volta. Isto não se resume a saber escrever código ou dominar uma linguagem de programação específica. Trata-se de desenvolver pilares fundamentais para resolver qualquer problema, como a lógica, a resiliência e a criatividade — elementos que, combinados, formam a base para uma atuação mais inovadora e assertiva, mesmo fora do universo da tecnologia. Tudo isto com o apoio da equipa, de forma a potenciar os resultados dos projetos com agilidade e inovação consistente. O programador pode ser comparado a um atleta de alta competição que procura alcançar alta performance nos seus treinos e resultados. Tal como um jogador de basquetebol que se destaca por lançar com precisão a partir do meio-campo, o programador sobressai ao fazer escolhas tecnológicas consistentes, rápidas e que impactam positivamente todo o ecossistema à sua volta. Essa capacidade de decisão exige clareza, estudo e visão estratégica, mas também a capacidade de trabalhar em equipa, escutar ativamente e colaborar de forma efetiva com outras áreas. Lógica: a clareza na tomada de decisões A lógica ensina-nos a decompor problemas, identificar padrões e estruturar soluções passo a passo. Esta competência vai muito além do desenvolvimento de software — aplica-se à forma como lidamos com processos, priorizamos tarefas e tomamos decisões estratégicas. Em contextos colaborativos, este tipo de pensamento ajuda a compreender causas, antecipar consequências e estruturar conversas produtivas. Fortalece metodologias ágeis como o Scrum, Kanban e Lean, promove ciclos curtos de aprendizagem, feedback contínuo e foco na entrega de valor. Resiliência: a importância de aprender com os erros Todo o programador sabe que errar faz parte do processo. Um erro no código, uma falha em produção ou um teste que não passa são oportunidades para aprender, melhorar e fortalecer a solução. Em vez de procurar culpados, procura-se entendimento, melhoria contínua e adaptação rápida. As empresas que valorizam este tipo de postura constroem culturas mais transparentes, inovadoras e preparadas para lidar com as incertezas de um mundo moderno — cada vez mais influenciado pela Inteligência Artificial enquanto “solução de todos os tempos”. Criatividade: ir além das soluções óbvias Apesar de a programação envolver regras e lógica, é também um exercício constante de criatividade. Resolver um desafio técnico exige muitas vezes pensar “fora da caixa”, encontrar “atalhos” inteligentes ou propor abordagens diferentes. A criatividade do programador pode manifestar-se na forma como os sistemas se conectam, na reutilização de padrões, na otimização de processos ou na melhoria da experiência do utilizador — sendo uma mais-valia em áreas como o marketing, produto, atendimento, finanças e muitas outras. Do meu ponto de vista, apesar de diferentes, todos estes pilares estão interligados - nenhum destes atributos se sustenta isoladamente. Além disso, trabalhar em equipa, trocar experiências, rever ideias, aprender com os pares e partilhar conhecimento são práticas fundamentais para consolidar esta mentalidade. O programador que se apoia na sua equipa recebe feedback de forma contínua, que colabora ativamente e que respeita a diversidade de perspetivas está mais preparado para inovar de forma consistente e contribuir para o sucesso coletivo dos projetos. Lembre-se: pensar como um programador é aplicar lógica para resolver desafios, ter resiliência para se adaptar e evoluir com os erros, e criatividade para imaginar novas soluções. Garantir experiências e uma mentalidade que vão além da tecnologia — só assim conseguirão apresentar uma nova e valiosa perspetiva em todas as áreas da sua organização, especialmente em ambientes que valorizam agilidade, colaboração e inovação contínua.