Por um futuro mais limpo e saudável

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Há várias décadas que se fala na poluição do ar e na importância de adotar medidas que levem à sua redução, não só porque contribuem para as alterações climáticas, mas também pelos efeitos negativos que têm ao nível da saúde. O que podemos fazer para ter um ar mais limpo?

A poluição torna-se uma situação ainda mais importante nas áreas urbanas mais populosas, onde existe maior concentração de gases poluentes, devido a uma maior circulação rodoviária. Trata-se de um perigo real para a saúde das pessoas. Para termos uma ideia, o estudo mais recente da Universidade de Harvard concluiu que 10,2 milhões de pessoas morrem prematuramente por ano devido às emissões geradas pelo transporte rodoviário.

Entre essas emissões, encontram-se umas partículas finas (PM2,5) que contribuem para uma pobre qualidade do ar, do solo e da água, tendo um grande impacto ao nível da preservação do património e da saúde dos cidadãos, especialmente em ambientes fechados e semi-fechados (garagens, túneis, estações de metro, entre outros).

Ao nível da saúde, estas partículas são consideradas dos poluentes mais perigosos porque penetram nos pulmões, até aos alvéolos pulmonares, e no sistema sanguíneo, provocando doenças respiratórias, doenças cardiovasculares e, até mesmo, cancro. Estas contribuem, assim, não só para o excesso de mortalidade global, mas também para o excesso de mortalidade de crianças com menos de 5 anos. Segundo a Agência Europeia do Ambiente, em 2019, a exposição às PM2,5 foi responsável por 175 702 anos de vida com incapacidade devido a doença pulmonar crónica, em 30 países.

Tendo este cenário em conta, a Organização Mundial de Saúde estabeleceu diretrizes sobre os níveis de poluição do ar exterior, assim como a Comissão Europeia, que, em outubro de 2022, propôs a revisão das Diretivas da Qualidade do Ar Ambiente, de forma a promover o alinhamento com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, prevendo-se que o limite anual de partículas finas (PM2,5) seja reduzido em mais de metade do valor atualmente em vigor.

É neste sentido que surge o Projeto AeroSolfd, um projeto cofinanciado pela Comissão Europeia e promovido em Portugal pelo INTEC - Instituto de Tecnologia Comportamental - que tem como objetivo desenvolver soluções de modernização para diminuir os efeitos nocivos para a saúde e para o ambiente das emissões relacionadas com os transportes, mais concretamente das partículas finas (PM2,5). Assim sendo, este projeto procura implementar três soluções de adaptação de baixo custo ao nível da redução de emissões de escape nos automóveis, dos travões dos autocarros e da redução da poluição em ambientes (semi) fechados, como estações de metro ou comboio.

Além de Portugal, há mais sete países que fazem parte deste projeto, num esforço conjunto de rápida implantação, de modo a que as pessoas na Europa, e não só, possam beneficiar, já em 2025, de uma mobilidade mais ecológica e, consequentemente, de um ar urbano mais limpo. Porque um futuro mais limpo e saudável é fundamental para combater as alterações climáticas e para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Membro Fundador e Colaboradora do INTEC

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