O rei e o rato

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Domingo passado estourou em todos os jornais o ataque com lama, paus e pedras sobre os reis de Espanha. As notícias, nas mãos de uma comunicação social tendenciosa, antimonárquica e pró-Sanchista, só passava as imagens dos reis, cobertos de lama, junto da população valenciana. Felizmente, nos tempos que correm, o cidadão comum consegue obter informações que não sejam de uma só parte. Afinal, o ataque não visava D. Felipe VI e Dona Letizia. Era, sobretudo, sobre Pedro Sánchez.

A calamidade que caiu sobre Valência, com chuvas torrenciais, desabamento de terras, vários mortos e milhares de desaparecidos não foi suficiente para o Governo espanhol tomar medidas durante uma semana. Aliás, Sánchez ainda disse: “Querem ajuda, porque não a pedem?”

Lá aprovou, o Governo, a declaração de zona gravemente afetada para a Região de Valência. A incompetência de Sánchez tem sido visível a todos os níveis, mas neste caso, revela-se gritante. E foi nesse grito que a população se juntou na visita deste domingo.

O ataque não foi ao chefe de Estado, foi ao chefe do Governo. A ajuda tardou, os militares demoraram, não havia ninguém que valesse aos valencianos, a não ser o próprio povo e a fé de cada um. Quando aquele que tinha obrigação de agir, Pedro Sánchez, apareceu, passado tanto tempo, foi recebido com a raiva acumulada de dias de tristeza e revolta. Insultos e o que havia à mão. Ele e quem estivesse a acompanhá-lo.

Ao vislumbrar a horda, o chefe do Governo espanhol desapareceu. E os reis? Permaneceram junto à população, ouviram o seu povo, choraram, sentiram com ele. Fizeram aquilo que se espera de um chefe de Estado. Havia o perigo, até, pela sua integridade física. Mas em momento algum tiveram dúvida ou vacilaram um milímetro. Estoicamente junto ao povo.

Há vídeos que mostram o povo a gritar que os insultos não eram para eles, que não levassem a mal. Mas para Sánchez. E este, onde estava? Fugiu, com medo. Como os ratos, que são os primeiros a abandonar o barco. Não enfrentou, não deu uma palavra de estímulo, não tentou saber o que aquele povo sofredor tinha para dizer. O povo que também votou nele.

Dúvidas houvesse, a sondagem que saiu coloca Sánchez em último lugar de popularidade e os reis em segundo lugar, apenas tendo acima deles o próprio povo. 
Por maior que seja a propaganda contra um chefe de Estado que seja um rei, sob um discurso tendencioso e manipulado, a verdade surge com os atos.

É esta a grande diferença entre um homem que foi educado e criado para assumir, com todos os riscos, a posição de chefe de Estado e colocar, acima dele e dos seus interesses, os interesses do país e do povo. E um político que usa o povo e o país para servir os seus interesses políticos, fugindo quando tem de assumir responsabilidades.

A verdadeira diferença entre um rei e um rato.

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