O país do PS está a acabar

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Os polícias estão em luta e isso é só mais um episódio repetido daquilo que a governação do PS tem oferecido a Portugal.

Um Governo pode ceder à rua, ainda que parcialmente, negociando aumentos salariais, melhores condições de trabalho e carreira. Pode fazê-lo numa lógica normal de governação, em que há direito de manifestação e liberdade de expressão. Se as pretensões forem justas e o rigor orçamental permitir então existem todas as condições para encontrar um consenso. Com os polícias ou outra qualquer classe.

Acontece que o Governo, ao invés de se apresentar como um factor de moderação, é causa de instabilidade e foco de divisão.

Ao escolher, à socapa, privilegiar uns em detrimento de outros, faz uma opção política injusta. E a sua autoridade fica, por isso, minada.

A primeira tentação foi de amalgamar tudo, e aproveitar a insensatez e uma incontinência verbal dos representantes sindicais da polícia para misturar o protesto, pela melhoria nas remunerações, com uma suposta influência da extrema-direita nas manifestações.

Escondidos atrás da limitação que um governo de gestão impõe, disfarçam a parcialidade com que escolheram entre polícias de primeira e polícias de segunda.

Este é só mais um exemplo da governação à la carte a que assistimos nos últimos anos. Uma governação à vista e consoante as circunstâncias políticas, sociais e económicas. Um rumo ditado pelo protesto, pelo calendário eleitoral e pela resposta mediática que é necessário dar a uma qualquer polémica da semana.

Já ninguém fica chocado com estas situações. Normalizou-se o erro e a condescendência nos governos PS. Hoje é com as forças de segurança, ontem com professores e profissionais de saúde.

Ao revisitar estes anos de governação encontramos um denominador comum: a subjugação do futuro do país ao futuro do PS. Aliás, foi assim desde o início, a 'geringonça' também se construiu para salvar a carreira política de António Costa.

Agora que nos aproximamos das eleições, encontraremos certamente um discurso de dramatismo em torno de coligações futuras, a diabolização do Chega e o PS apresentado como o único partido que pode corrigir o (próprio) PS.

Já não quer vencer eleições, muito menos apresentar resultados. Querem apenas ser escolhidos pelo povo numa lógica de exclusão de partes. O PS quer ser visto como o menos mau.

Ora, o país precisa de um Governo, não de uma comissão administrativa. Enquanto o PS estiver entretido a polarizarizar o debate e a incutir medo aos eleitores é importante que os restantes partidos se foquem no debate das soluções.

A confiança que os eleitores depositaram em António Costa, numa campanha que explorou os receios mais básicos de trabalhadores, pensionistas e doentes, já não existe. E mesmo com a barulheira mediática os portugueses saberão distinguir.

Está nas suas mãos a mudança. O país do PS está a acabar.

*Deputado do PSD

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