Na batalha das melhores universidades, a América continua a ganhar, dizem os chineses

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Oito das dez melhores universidades do mundo são americanas. Uma vez mais o Ranking de Xangai, uma das mais prestigiadas classificações de universidades a nível mundial, realçou a liderança dos Estados Unidos em termos de Educação, uma área em que ninguém duvida existir ainda uma só superpotência. Elaborada pelos chineses, como o próprio nome do ranking deixa evidente, a classificação tem mostrado sistematicamente a liderança americana, mas também faz sobressair a evolução da China, que já tem mais universidades do que os Estados Unidos entre as mil melhores. Também é impressionante a progressão no ranking da Tsinghua, que subiu agora de 22.ª para 18.ª, confirmando-se como a número um na China e igualmente na Ásia.

Para a elaboração do ranking, contam desde os Prémios Nobel de professores e alunos até às publicações em revistas académicas e também as citações, seis critérios ao todo. São avaliadas anualmente 2500 universidades, das quais emergem no final as tais mil melhores, que continuam a ter no topo as americanas Harvard, Stanford e MIT. Em quarto lugar surge a primeira universidade fora dos Estados Unidos, Cambridge. Aliás, a outra universidade no Top-10 não-americana é a também britânica Oxford (sexto lugar).

Fora do mundo anglo-saxónico, a melhor posição no ranking cabe a uma universidade francesa, Paris-Saclay (13.ª). Aliás, França consegue incluir quatro universidades nas 100 melhores, tal como a Alemanha. Mas a Suíça conta com cinco, o que é extraordinário, tendo em conta a dimensão do país. Nas tais primeiras cem, 37 são americanas, 15 chinesas, oito britânicas e cinco australianas, tantas quanto as suíças. Com quatro universidades são apenas as referidas França e Alemanha.

Já nas mil melhores, 244 são chinesas, incluindo oito de Hong Kong e duas de Macau, e também as 12 universidades de topo taiwanesas, que, sem surpresa, entram nestas contas do Ranking de Xangai. Por seu lado, os Estados Unidos têm 183.

Quanto a Portugal, são sete as universidades no ranking de 2025: as de Lisboa, do Porto, de Aveiro, de Coimbra, do Minho, Nova de Lisboa e da Beira Interior. A título de comparação refira-se que a vizinha Espanha tem 36, enquanto o Brasil tem 18. O gigante lusófono lidera, aliás, claramente entre os países latino-americanos.

Cada universidade incluída no Ranking de Xangai, mesmo que as reitorias evitem dar demasiada importância a estas classificações, obviamente ganha prestígio. E as portuguesas abrangidas estão de parabéns.

Mas é a nível da comparação entre países, e não tanto na hierarquização das universidades, que mais ilações se podem tirar. Sabe-se que a filha do presidente chinês Xi Jinping estudou em tempos em Harvard, que tem grande tradição de estudantes estrangeiros. A China tenta também atrair estudantes internacionais para as suas universidades, seja a Tsinghua ou outras. Admita-se, porém, que além da excelência do ensino, o inglês como língua franca continuará durante muito tempo a jogar a favor dos Estados Unidos, e da sua influência global. Mas é importante que os reitores e o presidente Donald Trump comecem a entender-se, pois ninguém tem nada a ganhar com choques ideológicos, ou de egos, numa tradição académica que prima pela liberdade.

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