Celebrar o 25 de abril, não esquecendo o 25 de novembro, é uma questão de memória histórica e de sentido de gratidão. Enquanto partido fundador do regime democrático, o CDS cumpre a sua obrigação histórica de propor e liderar a comemoração anual do 25 de novembro na casa da democracia em Portugal..E ao aprovar esta proposta, o Parlamento prestará um serviço inestimável aos princípios universais da liberdade, da democracia e do pluralismo político em Portugal..Devemos celebrar e não esquecer o 25 de novembro. As transições democráticas são arriscadas e muitas vezes fracassaram nos mais variados pontos do mundo. Felizmente em Portugal a transição democrática foi bem sucedida. E devemos ao 25 de novembro o sucesso dessa transição e a consolidação da democracia portuguesa..Por isso, esta data marcante da nossa história tem de ser celebrada e comemorada e não omitida ou esquecida como aconteceu nos últimos 49 anos. Depois de comemorarmos os 50 anos do 25 de abril, temos a obrigação de mostrar às novas gerações que só com novembro a democracia e a liberdade saíram definitivamente vencedoras em Portugal..Porque antes do 25 de novembro, a democracia e a liberdade estavam sob ataque, um ataque feroz e frontal a todos os valores essenciais de um estado de direito, livre, democrático e europeu. Ataque à liberdade de consciência, com a prisão de presos políticos. Ataque à liberdade de imprensa com a expulsão e saneamento de jornalistas das redações dos jornais por delito de opinião. Ataque à liberdade económica, com as nacionalizações e as ocupações selvagens. Ataque à liberdade partidária, com vários partidos ilegalizados, congressos cercados e sedes vandalizadas, como aconteceu com o meu partido, o CDS. Ataque à liberdade parlamentar, com o cerco à assembleia constituinte e o sequestro dos deputados legitimamente eleitos. E por fim, ataque à própria liberdade democrática e à transição pacífica, com o país à beira da guerra civil..Temos obrigação de celebrar novembro para garantir que a história de Portugal é respeitada e celebrada condignamente. Mas temos sobretudo a obrigação de celebrar novembro para que a liberdade de consciência, a liberdade de imprensa, a liberdade económica, a liberdade política, a liberdade parlamentar e a liberdade democrática nunca mais possam ser postas em causa..49 anos depois, temos obrigação de dizer aos nossos jovens, no Parlamento, na sociedade civil e nas escolas que foi o 25 de novembro que impediu que Portugal caísse novamente numa deriva totalitária. Que foi o 25 de novembro que permitiu que Portugal seja hoje uma democracia ocidental consolidada, com liberdade de expressão, pluralismo partidário e eleições livres. E que foi o 25 de novembro que permitiu que Portugal aderisse à União Europeia e seja hoje um dos Estados comprometidos com este projeto de paz, desenvolvimento e prosperidade das nações europeias..Novembro é a continuação de abril. Abril não está completo sem novembro. Separar as duas datas é um erro histórico que tem que ser corrigido. É este o desígnio último da proposta que o CDS traz hoje ao Parlamento..Com a comemoração anual do 25 de novembro, em sessão solene na casa da democracia, estaremos a corrigir este erro cometido no passado. E a renovar as bases e a força da nossa democracia, num tempo em que a democracia está outra vez sob ataque dos totalitarismos.