Trump afirma que nomeação da juíza Amy Barrett é "dia histórico" para os EUA

Donald Trump elogiou as "qualificações impecáveis", "generosidade de fé" e "caráter dourado" da juíza
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O Presidente dos Estados Unidos saudou a confirmação da juíza Amy Barrett no Supremo Tribunal, como um "dia histórico para a América", consolidando assim a maioria conservadora nas próximas décadas no mais alto tribunal do país.

Donald Trump elogiou as "qualificações impecáveis", "generosidade de fé" e "caráter dourado" da juíza.

Barrett, 48 anos, foi confirmada na segunda-feira à noite no Senado e apenas uma hora depois foi empossada na Casa Branca por Clarence Thomas, considerado o juiz mais conservador no Supremo Tribunal.

"Trabalharei sem medo ou favor. Fá-lo-ei independentemente dos poderes políticos ou das minhas próprias preferências", disse Amy Barrett, num breve discurso em que agradeceu a Trump e aos senadores republicanos.

A confirmação de Barrett no Senado veio pôr fim a um processo apressado e controverso, iniciado em 18 de setembro com a morte, aos 87 anos, da carismática juíza Ruth Bader Ginsburg, um símbolo do feminismo e do progressismo.

Perante a possibilidade de perder tanto o Senado, como a Casa Branca nas eleições da próxima semana, tendo em conta os resultados das últimas sondagens, Trump nomeou Barrett em 26 de setembro, ainda antes do funeral de Ginsburg, cujo desejo póstumo era que o seu substituto fosse escolhido pelo próximo Presidente norte-americano.

Em minoria no Senado, os democratas opuseram-se sem êxito a Barrett, tal como os republicanos tinham feito durante o último ano do ex-Presidente Barack Obama para confirmar a nomeação para o Supremo Tribunal de Merrick Garland.

Assim, 52 republicanos confirmaram Barrett no Supremo Tribunal, enquanto 47 democratas e a republicana Susan Collins, que está a tentar a reeleição, na próxima semana, no estado do Maine, votaram contra.

Os republicanos aproveitaram o domínio no executivo e no Senado para terem ainda mais força no Supremo Tribunal, que com Barrett fica com seis juízes conservadores e três progressistas.

Em apenas quatro anos, Trump conseguiu escolher três juízes do Supremo, Neil Gorsuch, de 53 anos, Brett Kavanaugh, de 55, e Barrett, o que é muito invulgar para um único mandato presidencial.

Dado que os cargos são vitalícios e os juízes nomeados por Trump relativamente novos, a composição do Supremo Tribunal, que como mais alta instância jurídica do país analisa e decide em matérias como o aborto, a saúde pública ou a imigração, poderá manter uma tendência conservadora durante décadas.

Barrett, 48 anos, substitui a feminista e progressista (liberal na terminologia norte-americana) Ruth Bader Ginsburg, que morreu aos 87 anos a 18 de setembro.

Coney Barrett é casada com um advogado, Jesse, que pertence ao mesmo grupo religioso e que conheceu na Universidade de Notre Dame. O casal tem sete filhos, com idades entre os 19 e os 8 anos, que estiveram todos presentes nas audiências na comissão judicial. Benjamin, o mais novo, tem síndrome de Down. Vivian, de 16 anos, e John Peter, de 13, foram adotados, tendo nascido no Haiti. Ele foi adotado após o terramoto de 2010.

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