Suécia em choque com mulher negra grávida arrastada no metro por seguranças
As imagens mostram uma mulher a gritar em protesto e uma criança a chorar enquanto o episódio se desenrola. O vídeo, que foi amplamente partilhado nas redes sociais, mostra seguranças a dominar e a arrastar uma mulher negra grávida numa carruagem do metro de Estocolmo. Este episódio está a causar uma onda protesto na Suécia e a levantar questões sobre o tratamento das minorias no país, que tem sido considerado um farol da tolerância.
Os dois seguranças foram já suspensos e a polícia iniciou uma investigação sobre este episódio por má conduta daqueles funcionários, assim como as acusações de "resistência violenta" por parte da mulher. Muitos dos que estão chocados com as imagens, sobretudo da criança a chorar enquanto a mãe é dominada, questionam se a mulher fosse branca teria sido retirada à força grávida do metro.
Henrik Palmer, diretor de comunicação da Autoridade dos Transportes Públicos de Estocolmo, justificou que a mulher tinha sido acusada de viajar sem título de transporte válido e que ficou zangada quando lhe foi pedido para sair da carruagem, altura em que os seguranças lhe terão agarrado no braço e desencadeado o tumulto. Aquele responsável admitiu que a tentativa de a retirar do metro, "teve a consequência muito perturbadora de ela ser empurrada para baixo junto a um banco".
As filmagens mostram a mulher a discutir com os seguranças e a ser arrastada e um outro passageiro a pedir: "Acalme-se. Ela está grávida, deixem-na em paz". A mulher foi posteriormente levada de ambulância para o Hospital Huddinge, onde passou a noite.
A Suécia era considerada uma das nações mais acolhedoras para imigrantes e há muito que era tida como uma "superpotência moral", mas tem subido na sociedade sueca um sentimento anti-imigração, devido à pressão que o país tem sentido nesse domínio.
Este episódio com a mulher negra no metro ocorreu de um programa de investigação da televisão sueca TV4 sobre racismo no país. Para este programa foram entrevistados cerca de 100 suecos de origem estrangeira que disseram já ter sido detidos e verificada a sua identidade pela polícia, que os tratou de forma depreciativa e condescendente.
John Stauffer, consultor jurídico da Defesa dos direitos Civis, com sede em Estocolmo, afirmou ao New York Times que a discriminação étnica é generalizada na Suécia. "As pessoas são verificadas diiariamente, em sítios como o metro, no caminho para o trabalho e para a escola e nos locais públicos", disse aquele responsável.