Policia filipina suspende "guerra contra as drogas" por ordem de Duterte

A polícia nacional das Filipinas suspendeu hoje as suas operações na sequência da polémica "guerra contra as drogas" depois de o presidente do país, Rodrigo Duterte, ter colocado a campanha nas mãos da Agência Antidroga (PDEA).
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"Delegamos a nossa tarefa à PDEA. Vamos procurar outras coisas para trabalhar, mas drogas por agora não", declarou o diretor da polícia nacional, Ronald Dela Rosa, numa conferência de imprensa.

De acordo com Dela Rosa, a polícia vai levar a cabo uma "limpeza interna" tendo como alvo a corrupção, depois de vários escândalos que afetaram a imagem das forças policiais na campanha.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, atribuiu em exclusivo à agência antidroga do país (PDEA) a liderança da polémica "guerra contra a droga" e afastou a polícia da campanha, após uma onda de escândalos e protestos.

Duterte ordenou a todas as entidades do Governo que "reservem à PDEA, como única agência, a gestão das campanhas e operações contra aqueles que, direta ou indiretamente, estejam envolvidos ou relacionados com drogas ilegais", de acordo com um memorando a que agência de notícias espanhola Efe teve hoje acesso.

O memorando especifica que a liderança da PDEA "não significa uma diminuição dos poderes de investigação do Departamento Nacional de Investigação (NBI) nem da Polícia Nacional relativamente a todos os delitos" relacionados com droga.

A ordem presidencial tem lugar após uma série de escândalos em torno da sangrenta campanha em que mais de 3.900 suspeitos foram abatidos pela polícia.

Estima-se que o número total de mortes seja superior a 7.000 se somados os homicídios de supostos toxicodependentes e traficantes atribuídos a indivíduos ou patrulhas de moradores.

A morte de três jovens e outras irregularidades cometidas no âmbito da "guerra contra a droga" nos últimos meses causaram mal-estar na sociedade filipina, algo que se traduziu, no mês passado, na maior manifestação contra Duterte e numa queda do apoio popular ao Presidente -- de 78% em junho para 67% em setembro.

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