Três meses presa porque a polícia confundiu algodão doce com droga
Dana Fischer está danada. Passou o reveillon de 2017 na prisão e os meses do inverno que se lhe seguiu, por causa de um crime que não cometeu. Esta quinta-feira, noticiou o New York Times, decidiu contratacar.
A história começa na véspera de ano novo, 31 de dezembro de 2016, quando os agentes do condado de Monroe, no estado da Geórgia, mandaram parar o carro onde Dana viajava com o namorado. Segundo o relatório, suspeitaram da tinta que cobria as janelas, era demasiado escura.
As cartas de condução de ambos estavam caducadas. De seguida, pediram a Dana que abrisse a mala do carro, algo com que ela concordou. Foi então que se depararam com um saco de plástico onde estava
Ao abrirem a mala traseira depararam-se com um saco de plástico e, ao rasgarem-no, os dois polícias deram de caras com uma substância azul sólida. Levaram o pacote até ao seu carro e testaram-no num aparelho chamado Sirchie. Depois voltaram a ir ter com ela.
"Consegue dizer-me porque é que o teste de drogas deu positivo para metanfetaminas", perguntaram os agentes a Dana? Ela respondeu que não sabia, que aquilo era algodão doce que os filhos da amiga que lhe emprestara o carro se tinham esquecido e haviam congelado com o frio. Mas os polícias não acreditaram.
Dana Fischer foi detida às sete da tarde da véspera de ano novo e permaneceu na cadeia do condado de Monroe até ao dia 4 de abril. Perdeu o nascimento de dois netos e não pode apoiar a filha mais nova, que sofreu um aborto durante o tempo em que esteve presa.
Durante esses três meses e cinco dias continuou a clamar inocência, mas o resultado positivo do teste de drogas jogava contra ela. Entretanto, uma investigação do jornal New York Times e do site de investigação Propublica denunciaram as falhas do Sirchie. O aparelho dava resultados positivos em drogas para substâncias como chocolates e batatas fritas - e havia milhares de diagnósticos errados.
As metanfetaminas de Dana afinal não eram. Um laboratório qualificado determinou que aquela substância azul era mesmo algodão doce congelado. Este mês, a mulher decidiu processar os dois agentes que a detiveram, além de um outro que conheceu enquanto esteve presa. Também colocou processo ao fabricante do Sirchie e ao condado de Monroe, que decidiu adotar a maquineta.
Dana Fischer está danada.