As forças militares dos Estados Unidos, da Turquia e de França devem sair "imediatamente" da Síria, exigiu este sábado o chefe da diplomacia síria, Walid al-Moualem, numa intervenção na Assembleia-Geral da ONU, a decorrer em Nova Iorque.."Devem retirar-se imediatamente e sem qualquer condição", afirmou o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, denunciando uma "coligação internacional ilegítima liderada pelos Estados Unidos" que está destacada na Síria, "sob o pretexto de combater o terrorismo".."A batalha contra o terrorismo está quase no fim", declarou o representante sírio, acrescentando que Damasco só irá declarar a luta como terminada depois de ter "purgado [a Síria] dos terroristas e das presenças estrangeiras ilegais"..De acordo com Walid al-Moualem, "a situação hoje no terreno é mais estável e segura", e "todas as condições estão reunidas para o regresso voluntário dos refugiados".."A porta está aberta" e "todos os sírios no estrangeiro podem regressar", insistiu o ministro, afirmando que "milhares de refugiados sírios no estrangeiro já começaram a preparar o regresso"..Na intervenção, realizada por ocasião do debate geral da 73.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, o ministro sírio avançou que uma comissão especial foi recentemente criada no país para ajudar os refugiados sírios a regressarem aos seus locais de origem..A Síria pediu "ajuda internacional" para apoiar este regresso, mas "alguns países propagaram medos irracionais, politizaram uma questão que só deve ser humanitária", lamentou Walid al-Moualem, sem referenciar diretamente qualquer país..Para a reconstrução do país, afetado por um conflito civil desde 2011, "a prioridade será dada aos amigos" do país..A Rússia é um dos aliados mais fortes do regime de Damasco liderado pelo Presidente sírio, Bashar al-Assad..Os outros "não são nem convidados nem bem-vindos", insistiu o ministro sírio, um dia depois de Moscovo ter apelado, no mesmo fórum das Nações Unidas, a uma assistência internacional para ajudar na reconstrução da Síria..Mais de 350.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a deixar as suas casas desde o início da guerra civil da Síria em 2011..Na sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou que a Alemanha, França, Rússia e Turquia estão a preparar para outubro uma cimeira para discutir o conflito na Síria..O encontro, segundo a chanceler alemã, irá abordar a situação na província de Idlib (no noroeste da Síria e que faz fronteira com a Turquia), o último bastião da oposição síria e contra o qual as forças governamentais, apoiadas por Moscovo, preparam uma grande e iminente ofensiva.