Ao longo desta terça-feira, Mário Centeno escreveu três twitters na sua conta sobre a decisão da Comissão Europeia de pedir à Itália que reformule o Orçamento Italiano 2019, sublinhando que este não é um território por explorar. "Temos um processo para lidar com desvios orçamentários e que está a ser seguido. Esperamos que o diálogo entre Bruxelas e Itália continue nas próximas semanas", escreveu..Explicou que na próxima reunião do Eurogrupo, a 5 de novembro, "os ministros terão a oportunidade de discutir esta questão no contexto de um primeiro levantamento dos projetos de Orçamento", apelando a que todas as partes que permaneçam envolvidas "num diálogo construtivo".."A Itália precisa fazer um esforço extra para cumprir as regras", disse, mostrando-se esperançado que tal aconteça tendo em conta declarações recentes dos governantes italianos, nomeadamente sobre a despesa pública e a necessidade de cumprir as metas fiscais..A Comissão Europeia rejeitou esta terça-feira o plano orçamental de Itália para 2019 e deu ao Governo italiano três semanas para apresentar um novo orçamento..A Itália é o primeiro país a ver o seu projeto orçamental "chumbado" pela Comissão Europeia desde a implementação do "semestre europeu" de coordenação de políticas económicas e orçamentais, instituído em 2010.."É com muita pena que estou diante de vocês, porque hoje, pela primeira vez, a Comissão vê-se obrigada a pedir a um país da zona euro para rever o seu plano orçamental. Não encontrámos outra alternativa senão pedir às autoridades italianas que o fizessem. Damos agora um prazo de três semanas à Itália para apresentar uma nova proposta", anunciou o comissário europeu responsável pela pasta do Euro..Valdis Dombrovskis, que falava aos jornalistas em Estrasburgo no final da reunião do Colégio, esclareceu que "infelizmente" as clarificações prestadas pelo Governo italiano não foram "convincentes" para alterar a conclusão inicial de Bruxelas, de que a proposta orçamental italiana continha "uma derrapagem particularmente grave"..Entretanto, os dois dirigentes dos partidos que integram a coligação governamental italiana já indicaram que pretendem manter o plano orçamental de Itália para 2019, apesar da sua rejeição por Bruxelas.."Isso não muda nada, esses senhores da especulação podem ficar tranquilos, não recuamos", declarou o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita) e homem forte do Governo de coligação com o Movimento Cinco Estrelas (populista), em declarações aos jornalistas na Roménia..O líder do Movimento Cinco Estrelas, também vice-primeiro-ministro, Luigi Di Maio, reagiu na rede social Facebook, escrevendo que "é o primeiro orçamento italiano que não agrada à UE", o que não o surpreende, pois, sustenta, "é o primeiro orçamento italiano redigido em Roma e não em Bruxelas".