Os membros dos Comités de Defesa da República (CDR) cortaram várias estradas e linhas de comboio na Catalunha e retiraram a bandeira espanhola da sede do Governo catalão em Girona numa série de manifestações e protestos por ocasião do primeiro aniversário do referendo independentista catalão. "Obrigado aos CDR que pressionam e fazem bem em pressionar", disse o presidente da Generalitat, Quim Torra.."O 1 de outubro é e será sempre o dia que o povo catalão demonstrou o seu imenso compromisso com a democracia e a liberdade. O seu compromisso irrevogável com os direitos civis e políticos", afirmou num ato institucional organizado pelo governo catalão para assinalar o primeiro aniversário do referendo independentista, lembrando a repressão policial de há um ano face aos milhares de eleitores que procuravam votar pacificamente..O facto de Torra ter agradecido aos CDR a pressão que têm feito nas ruas levou os líderes do Partido Popular (PP) e do Ciudadanos. "Não é admissível que depois dos confrontos de ontem na Catalunha haja partidos políticos que não estejam a condenar as agressões e muito menos que um presidente da Generalitat o aplauda", disse Pablo Casado no Fórum ABC. Referia-se aos confrontos durante o fim de semana, entre independentistas e polícia.."A Catalunha é hoje um território sem lei onde os radicais separatistas acossam os constitucionalistas, assaltam edifícios públicos, cortam estradas. E tudo encorajado por Torra. Até quando esta humilhação? Onde está Sánchez", indicou Albert Rivera, líder do Ciudadanos, apontando o dedo ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.."Mandato democrático"."O governo catalão reitera o seu compromisso com o mandato democrático de 1 de outubro e o apoio a todas vítimas de represália", afirmou Torra, apelando "à consciência coletiva dos catalães" para "saber se aceitamos ou não aquelas sentenças". O presidente da Generalitat refere-se ao julgamento dos líderes independentistas, que são acusados de rebelião e sedição na organização do referendo independentista de há um ano..O presidente da Generalitat prometeu que os eu governo procurará aplicar os resultados do referendo. "É um caminho que manteremos sempre por respeito aos acontecimentos de há um ano e por vontade de serviço e porque a democracia e a liberdade serão sempre a bandeira da Catalunha", referiu..Além dos cortes de estradas e de linhas de comboio, os estudantes universitários saíram também à rua em Barcelona, pedindo a libertação dos presos e reivindicando o resultado do referendo de 1 de outubro de 2017. A marcha começou na praça da Universidade e deverá terminar na praça Sant Jaume, frente à sede da Generalitat e da câmara de Barcelona..Em Girona, os CDR retiraram a bandeira espanhola da sede do governo catalão em Girona..Governo espanhol admite "erro".A porta-voz do governo socialista espanhol, Isabel Celaá lamentou as cargas policiais de há um ano, por ocasião do referendo, e admitiu que estas foram "um erro". Em declarações à Cadena Ser, disse que "não há nada que celebrar" nesta segunda-feira, falando num "dia de triste memória" no qual foi "visível como nunca a fratura da sociedade catalã"..A 1 de outubro de 2017, o PP de Mariano Rajoy estava no poder.