Caetano Veloso e Chico Buarque assinam manifesto contra Bolsonaro

São mais de 300 signatários, entre artistas, cientistas e empresários brasileiros, que assinam o manifesto "Democracia Sim" contra o candidato às eleições presidenciais, que, afirmam, "representa uma ameaça franca" ao "património civilizacional"
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Mais de 300 artistas, intelectuais, cientistas e empresários brasileiros assinaram um manifesto contra o candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que lidera as intenções de voto das eleições presidenciais do Brasil marcadas para outubro.

Personalidades de renome mundial como os cantores Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque assinaram o documento contra o candidato do Partido Social Liberal (PSL), que foi classificado por eles como uma ameaça à "herança civilizacional" do Brasil.

O manifesto adverte que "líderes fascistas, nazistas e vários regimes autocráticos" da história foram originalmente eleitos com a promessa de "resgatar a autoestima e a credibilidade da nação antes de subordiná-las aos mais variados desmandos autoritários"

O mesmo texto defende que a população brasileira deve saber que "em momento de crise, é preciso ter a clareza máxima da responsabilidade histórica das escolhas que fazemos".

Os signatários do manifesto afirmam ainda que vão defender a democracia em qualquer situação.

"Nós estávamos juntos na construção democrática do Brasil e precisamos saber como defendê-lo agora", diz o documento.

Bolsonaro, de 63 anos balizou a sua carreira política com posições polémicas como a defesa de atos de tortura e violações ocorridas no Brasil durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.

O antigo capitão do exército brasileiro, agora reformado, é conhecido por proferir discursos homofóbicos, sexistas, racistas e favoráveis ao uso indiscriminado da violência para combater o crime organizado no Brasil.

Bolsonaro foi alvo de um atentado há duas semanas e está hospitalizado após ter sido esfaqueado numa ação de campanha, em Juiz de Fora, estado de Minas Gerais.

Apesar dos problemas de saúde, que o impediram de fazer campanha nas ruas, Bolsonaro é o favorito para as eleições de 7 de outubro com 28% de apoio dos eleitores, seguido por Fernando Haddad, o sucessor do ex-Presidente preso, Luiz Inácio Lula da Silva, como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), que tem 19% das intenções de voto.

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