Bannon e Le Pen junto em Bruxelas por uma Europa de "portões fechados"
O acordo da ONU para as migrações, também conhecido como pacto de Marrakech, foi o tema central do encontro organizado em Bruxelas pelo partido de extrema-direita belga, o Vlaams Belang, da Flandres, que teve Steve Bannon e Marina Le Pen como convidados principais. Os dois políticos, ambos da direita mais radical, defenderam a rejeição do Pacto Global para a migração que irá ser discutido nos dias 11 e 12, em Marrocos. De resto, este encontro teve como tema "Proteger a nossa Europa do pacto de suicídio da ONU".
Na sua intervenção, Steve Bannon enfatizou a importância da cooperação internacional mas a concretizar-se nos países de origem dos migrantes. "Temos que trabalhar juntos nos países onde o problema nasce", disse o antigo conselheiro político de Donald Trump que agora se tem dedicado mais à Europa onde criou uma fundação para ter influência política. "A solução para os problemas não está nos ombros dos trabalhadores na Itália, EUA ou Áustria. Agora temos líderes como Salvini, Le Pen ou Trump que vão contra isso e dizem que já chega", acrescentou.
Além disso, Bannon considera que o acordo é uma violação da soberania dos estados. "A proteção de nossas próprias fronteiras e a soberania dos estados é de importância crucial" , disse. "As pessoas que afirmam que este pacto não significa muito e que não é vinculativo estão erradas, isso é um absurdo. Felizmente, em países como os EUA, a Áustria, a Itália, e outros, vemos uma forte rejeição e um fortalecimento do nosso próprio estado."
A líder da Frente Nacional francesa também falou da soberania dos estados. "São as nações que devem devolver a vida à UE. Um projeto de cooperação livre é a base para isso. Os países devem ser livres para pensar e ser livres para agir. Devemos poder controlar as nossas fronteiras nacionais novamente", afirmou Marine Le Pen.
"Este pacto com o diabo define os grandes portões da Europa e uma grande mudança demográfica pode acontecer. Este acordo de submissão dá a todos o direito à migração e levará a um grande caos. E quem vai pagar isso? Em última análise, o contribuinte será chamado a pagar por isso", disse a mulher que foi candidata à presidência da República francesa.
O Vlaams Belang é um partido nacionalista que defende a independência da Flandres da Bélgica, rejeita a imigração e pede tolerância zero a nível de justiça e segurança. O partido nasceu em 2004, resultado de uma reconfiguração do anterior Vlaams Bok, condenado em tribunal por promover o racismo.