PSOE pode perder Andaluzia ao fim de 36 anos. Extrema-direita elege 12 deputados
Os cabeças de lista do Partido Popular, Juanma Moreno, e do Ciudadanos, Juan Marín, vão candidatar-se à liderança do governo da Andaluzia, em face aos resultados das eleições: o PSOE chegou à frente com 27,96%, seguido do PP com 20,76% e do Ciudadanos com 18,26%.
Seguiu-se a aliança Adelante Andalucía (que integra o Podemos e a IU), com 16,17% e, por fim, o Vox, com 10,96%.
Perante os resultados, o presidente do PP, Pablo Casado, disse ser hora de fazer pactos para a alternância política.
O líder do Ciudadanos, Albert Rivera, também exige mudança na governação.
A ascensão da extrema-direita foi a outra grande surpresa da noite. Em 2015, o Vox recebeu pouco mais de 18 mil votos, o equivalente a 0,46% do total. Agora, o partido de extrema-direita repetiu o mesmo cabeça de lista, o juiz Francisco Serrano. Serrano fez campanha contra "40 anos de Andaluzia submetida à corrupção, ao clientelismo, ao desemprego e à estagnação económica" e é contra a "ideologia de género".O resultado: quase 400 mil votos e a eleição de 12 deputados para a assembleia da comunidade autónoma (composta por 109 deputados).
Em termos de distribuição de deputados, o PSOE elegeu 33 (menos 14), o PP 26 (menos sete), o Ciudadanos 21 (mais 12), o Adelante Andalucía 17 (que tinha 20 deputados, 15 do Podemos, e cinco da IU) e o Vox estreia-se com uma dúzia. Ou seja, a esquerda perdeu a maioria no parlamento, mas os partidos de centro-direita também não a têm. Necessitam do voto do Vox.
Susana Díaz, a protagonista da vitória amarga do PSOE, que pode perder o governo da Andaluzia ao fim de 36 anos, lamentou o aumento de 7% da abstenção e afirmou que é responsabilidade ser "o dique de contenção da extrema-direita". Como tal, anunciou que vai iniciar uma ronda de contactos para impedir que o Vox chegue ao poder.
Também Pablo Iglésias, do Podemos, afirmou a disponibilidade para juntar esforços "contra a extrema-direita".
Serrano e os partidários do Vox exultaram com o resultado. "Somos um partido regenerador. Chegámos para ficar (...) Acabou-se o dia da marmota na Andaluzia", disse Serrano, enquanto os apoiantes cantavam "Adiós, Susanita, adiós".