Eastwood vota em Trump. E o racismo? "Esqueçam lá isso", diz

O ator e realizador critica a atual geração por ser cobarde, graxista e politicamente correta
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Clint Eastwood, conhecido apoiante republicano, admitiu que vai votar em Donald Trump. O ator e realizador de Hollywood desvalorizou, numa entrevista à revista Esquire, os comentários racistas do candidato e até defendeu que a sociedade atual é cobarde, graxista e politicamente correta.

Eastwood considerou que "secretamente todos estão fartos do politicamente correto e da adulação". "É a geração graxista agora", disse usando a expressão "pussy generation" para a descrever, que é como quem diz, sendo politicamente corretos, uma geração cobarde. Para ser mais concreto, esclarece o ator, diz respeito a todos aqueles que dizem "Oh, não podes fazer isso, e não podes fazer aquilo, e não podes dizer isso".

"Vemos pessoas acusarem outras de serem racistas e todo o tipo de coisas. Quando eu cresci esse tipo de coisas não era racista", considerou o protagonista e realizador de Grand Torino, filme que mostra precisamente a relação que se estabelece entre um veterano de guerra branco de mal com a vida e um vizinho asiático perseguido por negros.

Politicamente correto é algo que Donald Trump não é. "Ele está a dizer o que lhe passa pela cabeça. E às vezes não é bom. E às vezes é... Quer dizer, eu consigo perceber de onde ele vem, mas nem sempre concordo com ele", disse Eastwood.

O cineasta repara que agora Trump é acusado de ser racista por causa das inúmeras vezes que chamou "mexicano" ao juiz federal Gonzalo Curiel. "Sim, é uma coisa parva para se dizer", reconheceu. "Ele tem dito muitas coisas parvas. Têm dito todos. Os dois lados. Mas toda a gente, a imprensa e toda a gente, tem dito "Ah, isso é racismo!' e estão a fazer um grande alarido por isso. Esqueçam lá isso. É um momento triste da história".

Apesar disso, o cineasta vai voltar em Trump. Apoiar, não apoia ninguém, mas entre o republicano e a democrata Hillary Clinton, Clint Eastwood prefere o primeiro. "Ela seria uma voz difícil de ouvir nos próximos quatro anos. Poderia ser duro", comentou, explicando depois que o facto de a democrata ir seguir o caminho de Barack Obama o leva a votar em Trump.

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